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Interior

Herdeiros de fazendeiro estudam ir à justiça para evitar nova invasão de área

Marta Ferreira | 29/08/2014 16:45
Inventariantes avaliam prejuízos em fazenda, após invasão ocorrida ontem. (Foto: Região News)
Inventariantes avaliam prejuízos em fazenda, após invasão ocorrida ontem. (Foto: Região News)

Os inventariantes da Fazenda Água Clara, em Sidrolândia, município a 71 quilômetros de Campo Grande, estão avaliando os prejuízos da invasão ocorrida ontem, por índios Terena, motivada por uma confusão envolvendo a prisão de Arcênio Duarte, que é indígena, por porte ilegal de arma. O advogado que representa o espólio de Afrânio Pereira Martins, Jully Heider da Cunha Souza, informou ao Campo Grande News que a família estuda, ainda, se vai tomar alguma medida preventiva para evitar uma nova ocupação da fazenda.

Segundo, ele, havia no local 900 cabeças de gado e está sendo feita uma nova conferência. Os índios, cerca de 200, atearam fogo às três casas que existem no local. A fazenda, de 522 hectares, é uma das 17 propriedades reivindicadas como parte da Reserva Buriti, que é foco de conflito no Estado, onde já houve, inclusive, morte durante uma desocupação, em maio do ano passado.

Diante da situação tensa da região, o temor é de novas ocupações. O advogado disse que, ontem, recebeu do representante da Funai (Fundação Nacional do Índio) a garantia de que os índios não retornarão e continuarão na Fazenda Cambará, onde estão há um ano.

Problema de família - A confusão começou por um motivo que não tem relação com a disputa por terras entre índios e fazendeiros e sim por uma discórdia entre os herdeiros do dono da fazenda, responsáveis pelo inventário. Durante o cumprimento de uma orgem judicial para despejar o antigo inventariante, que havia sido substituído, o índio foi encontrado no local e estava armado.

O indígena acabou sendo preso por porte ilegal de arma por policiais militares à paisana. Os índios deduziram que se tratava de pistoleiros e que Arcênio estava sendo sequestrado, seguindo-se a invasão e o incêndio. Também foram presos cinco funcionários da fazenda. Hoje, a Polícia Civil estava tomando depoimentos sobre o caso.

Tensão - Mesmo tento início de uma confusão não relacionada com o conflito por terras, o episódio botou mais lenha numa fogueira que queima há bastante tempo. Dono de uma das propriedades em disputa, o ex-secretário de Fazenda e ex-deputado federal Ricardo Bacha, disse que na região, “uma centelha” é suficiente para um incêndio.
Na visão dele, tanto índios quanto fazendeiros estão sendo enganados pelo Governo Federal, que “há 150” dias, prometeu pagar pelas terras para assegurar a criação da Reserva Indígena, mas até hoje não chegou a um consenso sobre os valores a serem pagos pelos 15 mil hectares.

A Água Clara era uma das poucas fazendas que os índios ainda não tinham entrado, aguardando o desfecho do processo de compra de todas as propriedades reivindicadas como terra indígena. O Campo Grande News tentou, mas não conseguiu contato, com representantes da comunidade indígena.

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