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Interior

Homem morre em Sidrolândia e Polícia investiga se houve omissão de socorro

Ricardo Campos Jr. | 10/03/2011 13:58

Paciente faleceu em assentamento à espera de socorro

Um morador do assentamento Eldorado II em Sidrolândia, cidade localizada a 71 quilômetros de Campo Grande, passou mal em casa, morreu antes mesmo de ser encaminhado ao hospital e a Polícia investiga o caso como omissão de socorro. Testemunhas relataram descaso do hospital para o transporte.

Segundo informações do site Região News, a vítima foi identificada somente como José. Às 8h15 a PM (Polícia Militar) foi acionada por um dos vizinhos dele.

A testemunha informou que José precisava de socorro médico e corria risco de morte. Ele relatou ainda que havia entrado em contato com plantão do hospital Dona Emíria Silvério Barbosa e foi informado pela atendente que não seria possível prestar socorro naquele momento.

Os policiais ligaram novamente para o plantão e falaram com outra atendente, que prometeu checar a situação. Ela retornou em seguida dizendo que o responsável pela liberação das ambulâncias da cidade não havia autorizado o atendimento, orientando a vítima a pegar carona para chegar à unidade hospitalar.

A PM então tentou contato com a Pax Bom Jesus pedindo auxílio da ambulância da empresa para o socorro. A atendente da funerária disse que precisava da autorização dom hospital Dona Elmiria Silvério Barbosa. A Polícia entrou em contato com o hospital e também obteve negativa.

Uma viatura foi levada até o assentamento, mas quando a equipe chegou ao local José já estava morto.

Foi registrado boletim de ocorrência de omissão de socorro na Polícia Civil Local, que investiga o caso.

Procedimento - O Campo Grande News entrou em contato com a diretora administrativa do hospital Vanda Cristina Camilo, para esclarecimentos sobre o fato.

Ela confirmou que atendentes do hospital receberam a ligação da testemunha solicitando transporte. Entretanto, segundo ela, atendimento móvel em áreas rurais da cidade exige autorização de um funcionário da prefeitura, uma vez que os veículos pertencem ao município, assim como a manutenção dos mesmos é de responsabilidade da cidade e não do hospital.

“Quando é no interior já não cabe ao hospital liberar”, disse à diretora que explicou ainda que os funcionários que recebem chamadas são orientados a entrar em contato com o responsável nas solicitações distantes.

Vanda fala que só foi comunicada a respeito após a morte do paciente, quando foi convidada a comparecer à delegacia para esclarecimentos. Ela afirma que, caso encaminhasse uma ambulância ao local e houvesse um atendimento de gravidade na cidade, como acidente ou transporte de paciente para Campo Grande, a responsabilidade seria dela.

“Às vezes eu até passo por cima para ajudar. Mas toda hora tem vaga zero (transferência de paciente para a Capital) e acidente. Corre-se o risco”, explica.

No caso da funerária, a diretora explica que existe uma parceria entre a prefeitura e a empresa. Quando acontecem mais ocorrências que o número de ambulâncias disponíveis, que são duas, imediatamente a diretoria aciona a Pax local, que não dispõe de equipe de socorristas, portanto, necessita do acompanhamento de funcionários do hospital.

Após o atendimento é feita uma justificativa para o pagamento dos serviços da funerária.

Entretanto, Vanda afirma que em nenhum momento foi acionada pelas funcionárias para autorizar tal socorro e disse que as atendentes entraram em contato também com o funcionário da prefeitura para tal autorização.

“Vou adverti-las porque deveriam ter me consultado”, disse a diretora.

Responsabilidade - Adilson Oliveira é responsável pela manutenção das ambulâncias. Ele diz que é funcionário do ministério da Saúde cedido ao município de Sidrolândia e se tornou o responsável por autorizar a ida dos veículos para socorro em áreas rurais.

Ele desmente o relato da testemunha de que teria orientado a vítima a pedir carona até a cidade. “O que eu falei foi que não tinha como transportar”, disse ao Campo Grande News.

Adilson explica que as estradas de acesso ao assentamento não são favoráveis ao tipo de veículo, que poderiam ficar danificados. “Não é aconselhável. A estrada é baixa e a ambulância não anda lá”, disse.

O responsável pela manutenção afirmou ainda que foi chamado à delegacia e disse que pretende esclarecer todos os fatos a respeito do ocorrido.

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