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Interior

HU volta a ser notificado por recusar pacientes mesmo com leitos vagos

Em nota, hospital rebateu denúncia e informou que Conselho de Saúde usa critérios diferentes para considerar leitos vagos

Helio de Freitas, de Dourados | 24/02/2017 16:04
Hospital Universitário de Dourados é alvo de inquérito por rejeitar pacientes (Foto: Divulgação)
Hospital Universitário de Dourados é alvo de inquérito por rejeitar pacientes (Foto: Divulgação)

O HU (Hospital Universitário) de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, voltou a ser notificado pelo Ministério Público por recusar pacientes mesmo com leitos disponíveis. O problema é antigo e já vem sendo investigado pelo MP através de um inquérito civil.

A promotora de Justiça Fabrícia Barbosa Lima, disse ao Campo Grande News que a suposta recusa de vagas ocorreu no fim de semana. “As vagas foram negadas, mas o Conselho Municipal de Saúde foi até o hospital e constatou vários leitos vazios”, afirmou ela.

Na segunda-feira, dia 20, a promotora entrou em contato por telefone com um representante da administração do hospital e prontamente as vagas foram disponibilizadas. Segundo ela, o médico alegou um “equívoco” para justificar a recusa de pacientes.

“Juntei informações sobre o ocorrido no inquérito civil que trata do assunto. Expedi também uma notificação ao HU para que, formalmente, se manifestasse sobre o ocorrido”, explicou. Fabrícia Lima está substituindo o promotor Etéocles Brito Mendonça Dias Junior, que está de férias.

Hospital nega – Em nota enviada pela assessoria de imprensa, o HU, que pertence à UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), disse que não havia leitos disponíveis e que o Conselho de Saúde utiliza critérios diferentes para a contagem.

“A contagem de leitos ocupados, bloqueados e reservados é feita por equipe capacitada e os dados encaminhados diariamente à Central Municipal de Regulação. Nos dias 17 e 18 de fevereiro havia 190 leitos ocupados por pacientes em suas diversas unidades de internação. É pactuado com a rede pública de saúde que o HU atenda 186 internações e, no final de semana em questão, o hospital chegou a ter ocupação excedente, cenário recorrente”, diz a nota.

Segundo o hospital, a contagem de leitos feita pelos integrantes do Conselho de Saúde não segue os mesmos e requisitos técnicos usados pela equipe especializada para organizar o mapa de leitos.

“Alguns setores de internação, por exemplo, apresentam leitos vazios, mas que, na realidade, estão desativados por motivo de isolamento bacteriano (pacientes com doenças infectocontagiosas ficam em enfermarias isoladas de outros usuários)”, informou o hospital.

Ainda conforme o HU, setores como a UTI adulto possuem a obrigação de reservar um leito para possíveis intercorrências com pacientes de ginecologia e obstetrícia e outro leito para usuários com emergências nefrológicas, já que atualmente o hospital é a unidade de retaguarda para pacientes renais.

“A informação de que vagas foram negadas pelo HU-UFGD no último final de semana é, portanto, improcedente quando relacionada a leitos vazios”, disse a assessoria.

Entretanto, o hospital admite que recusou internação para casos que “efetivamente não tinha condições” de atender no momento, como solicitações por vagas femininas no serviço psiquiátrico (“todas estavam ocupadas”), encaminhamento de pacientes que precisavam de tratamentos para os quais o HU não é referenciado, e pedido de internação na UTI Adulto, que se encontrava com lotação máxima.

“Além disso, o hospital não tem conseguido receber novos pacientes que necessitem de dieta enteral (forma líquida de nutrição, administrada por sonda), devido a pouca quantidade existente em estoque atualmente”, encerra a nota.

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