ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 19º

Interior

Incra derruba liminar que suspendeu pagamento de fazenda a Bumlai

Aline dos Santos | 19/07/2011 09:26

Laudo do MPF apontou superfaturamento de R$ 7,5 milhões

O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) conseguiu derrubar na justiça a liminar que suspendeu o pagamento pela fazenda São Gabriel, que pertencia à família Bumlai.

Laudo do MPF (Ministério Público Federal) apontou superfaturamento de R$ 7,5 milhões no valor pago pelo órgão federal pela propriedade rural, localizada em Corumbá.

Em setembro do ano passado, a denúncia foi aceita pela justiça federal de Corumbá, que suspendeu os pagamentos. O Incra apresentou recurso ao TRF 3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) e derrubou a decisão.

No recurso, o órgão federal apontou que o laudo do MPF “não se mostrou apto a demonstrar a existência de sobreavaliação no preço da Fazenda São Gabriel, mesmo porque o imóvel Fazenda São Gabriel é infinitamente superior aos imóveis comparados e localizados no baixo pantanal”. O argumento foi aceito pelo tribunal.

À época da suspensão, o Incra já havia pago R$ 14,2 milhões. O valor total pela imóvel rural de 4,6 mil hectares foi de R$ 20 milhões. Desse total, R$ 4 milhões eram referentes às benfeitorias, que são pagos à vista, e R$ 16 milhões para a terra nua. A fazenda foi comprada em 2005.

A perícia solicitada pelo MPF, porém, concluiu que o valor real da fazenda, na época da compra pelo Incra era de R$ 13 milhões, sendo R$ 10 milhões referentes à terra e R$ 2,8 milhões às benfeitorias. Com a decisão do TRF3, o pagamento volta a ser feito. O grupo Bumlai é um dos mais representativos da agropecuária no País.

Em junho deste ano, a venda da fazenda gerou uma nova investigação por parte do MPF. Foi aberto um inquérito para apurar em que circunstâncias o Incra produziu documentos para tentar reverter a decisão judicial que suspendeu o pagamento.

Conforme o MPF, foi usado um avião para fazer fotos, além de ter sido deslocada uma equipe para a região da fazenda, para fotos terrestres de áreas vizinhas.

“Ações recentes do MPF revelam que o órgão não demonstra o mesmo empenho para resolver questões relativas a assentamentos em Mato Grosso do Sul, como a denúncia de contaminação da água de mais de mil famílias em oito assentamentos em Corumbá por coliformes fecais”, questiona o Ministério Público.

Nos siga no Google Notícias