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Interior

Incra suspende repasse e deixa 500 famílias sem água em assentamento

Bruno Chaves | 22/07/2013 17:37

O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) suspendeu o repasse e deixou cerca de 500 famílias sem água, nesta segunda-feira, no Assentamento Itamarati, em Ponta Porã, a 323 quilômetros de Campo Grande. Elas residem no perímetro urbano do assentamento e tiveram o abastecimento de água, feito por meio de dois poços artesianos, suspenso hoje. No local, vivem 3 mil famílias.

De acordo com o presidente da Ampai (Associação dos Moradores do Projeto Assentamento Itamarati), José Roberval Barbosa Lela, o órgão federal suspendeu o repasse da associação e determinou o corte das bombas de ligação de dois poços.

“Eles falaram que era por causa de despesa com a conta de energia (gasta com a bomba). Eles pagam R$ 4,5 mil de conta de energia e falaram que estava caro demais”, contou Barbosa sobre as justificativas do instituto. “O Incra não notificou a associação e não mandou nenhum comunicado. Nada. Simplesmente mandou desligar as bombas”, afirma.

Por causa da medida, as famílias estão sem condições básicas de sobrevivência. “Falta água para tomar banho, para beber e tudo mais. Falta geral”, conta.

Para que a situação seja revertida, a associação estuda ratear as despesas com a conta de energia entre os moradores. Dessa forma, a comunidade retomaria o acesso à água. “Mas já fomos pedir ajuda na prefeitura e no Ministério Público”, disse.

Ainda de acordo com Barbosa, o Incra é responsável pela contas do assentamento desde 2003, quando tomou frente ao Projeto Itamarati, onde residem cerca de 20 mil habitantes associados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), CUT (Central Única dos Trabalhadores) e FAF (Federação da Agricultura Familiar).

“Mas eles não pagam a energia desde 2010”, afirmou o presidente.

Ao Campo Grande News, a assessoria de imprensa do Incra informou que mantém o repasse às associações dos movimentos e que elas têm a obrigação de pagar suas despesas. O órgão disse, ainda, que os custos previstos com contas de energia e alimentação, entre outros, estão incluídos no crédito encaminhado às associações.

Também informou que Incra não é responsável pelo pagamento da conta de energia e que alguns movimentos deixam a desejar quando precisam fazer manutenção em bombas de poços artesianos.

Não existe previsão para que os poços sejam religados.

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