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Interior

Índios invadem novamente fazenda onde houve confronto em 2009

É a terceira ocupação na região de Tacuru nos últimos 8 anos

Ângela Kempfer | 09/08/2011 10:37

Grupo guarani kaiowá está acampado desde ontem na fazenda Margarida, em Tacuru, na divisa com Iguatemi, região sul do Estado. Os índios querem a demarcação da área como território indígena, já batizada de Pueblito Kuê.

Os índios entraram na fazenda por volta das 4 horas do dia 8 e estão acampados na margem de um córrego, no meio de mata ciliar em frente à reserva Sassoró, que já foi demarcada ainda na década de 1920 pelo extinto Serviço de Proteção ao Índio.

Assim como as demais comunidades guarani em Mato Grosso do Sul, cerca de 150 índios da Pueblito Kuê vivem em uma pequena faixa de terra, enquanto a propriedade rural ocupa 90% do território reivindicado.

É a terceira ocupação na região nos últimos 8 anos. Os índios acamparam em 2003 e em 2009. Na última ação, houve conflito e 20 indígenas das aldeias de Sassoró e Porto Lindo ficaram feridos em confronto com seguranças de fazendas de Iguatemi, no Mato Grosso do Sul.

Na época, 5 índios tiveram ferimentos mais graves, a bala de borracha, e foram internados no hospital da cidade de Tacuru, entre as vítimas uma senhora de 73 anos.

Em 14 de setembro de 2003 ,um grupo tentou retornar à área pela primeira vez. Dois dias depois, homens armados invandiram o acampamento dos indígenas e expulsaram as famílias.

A fazenda Margarida já passou por estudos antropológicos, mas os relatórios ainda não foram divulgados. O resultado do trabalho feito pela Funai deve sair até setembro, espera o CIMI (Conselho Indigenista Missionário).

A área integra portarias da Funai publicadas em 2008, que formaram equipes técnicas para estudos em 26 municípios da região sul do Estado, para demarcação.

As medidas foram tomadas depois de assinatura de TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) que obrigava a União a concluir os processos de demarcação até julho de 2009.

Passados dois anos, a disputa judicial entre Funai e fazendeiros ainda emperra o cumprimento do TAC.

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