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Interior

Instituto Federal pagou R$ 8,1 milhões por prédio sem portas em Coxim

Aline dos Santos | 05/04/2015 11:12
Sede do órgão em Coxim: termos aditivos chegaram a 21% (Foto: Coxim Agora/Arquivo)
Sede do órgão em Coxim: termos aditivos chegaram a 21% (Foto: Coxim Agora/Arquivo)

Entregue em abril de 2014, três anos depois do previsto no contrato inicial de vigência, o prédio do IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) ainda está inconcluso em Coxim, a 260 km de Campo Grande. No imóvel, com custo de R$ 8,1 milhões, há laboratórios sem porta.

Conforme verificado pela reportagem, as salas foram deixadas abertas na parte frontal para a entrada de grandes equipamentos, que não conseguiriam passar pelas portas. Agora, ainda tem laboratório do setor de alimentos sem parede na frente e portas. Também será preciso fazer adaptações elétricas para funcionamento de equipamentos.

Na instituição, os profissionais contam que os alunos ficaram quase três anos em uma sede provisória, a escola estadual Padre Nunes. Primeiro, ocuparam um bloco do prédio. Depois, já estavam em quase todo o imóvel.

Conforme a empresa Nova Era Engenharia, responsável pela obra, quando houve a entrega do prédio, no ano passado, faltavam instalação de portas e parte hidráulica dentro de banheiros. “Era para colocar 50 portas no banheiro, mas teve uma festa, uma organização dentro do instituto e as pessoas apoiaram os pé, danificaram as portas”, afirma o advogado Francis Thomaz Garcia Mendes.

A reportagem questionou a assessoria de imprensa do IFMS sobre os laboratórios. A reposta é que o campus está concluído. “Serão feitas apenas obras de adequações estruturais e elétricas para o recebimento de materiais de alta tecnologia”, informa. O Campo Grande News não conseguiu contato com o diretor-geral da unidade em Coxim.

Mil dias – Com valor inicial de R$ 6.729,763,28, o contrato 19/2009, firmado entre o IFMS e a Projetando Arquitetura e Construções (atual Nova Era), previa vigência de 475 dias, portanto, até 15 de março de 2011. Ao término, foram 16 termos aditivos.

No último, o prazo de vigência do contrato já contabilizava 1.515 dias. Ou seja, até 26 de fevereiro de 2014. O valor foi de R$ 8,1 milhões. Dentro do percentual de 25%, permitido pela lei de licitações. 

Provisória – Em Campo Grande, o IFMS passa por sedes provisórias enquanto a obra do campus, no bairro Santo Antônio, não tem previsão de término. O contrato com a Nova Era foi rompido e será lançada nova licitação. A empresa alega que sofreu calote e vai cobrar na Justiça Federal.

Os 1.800 alunos serão transferidos de uma sede provisória na Júlio de Castilho para o colégio Latino Americano, na rua 13 de Maio. O custo mensal do novo endereço será de R$ 35.100.

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