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Interior

Garotas da boate cuja dona é acusada de tráfico de pessoas querem permanecer em Dourados

Vanda Escalante | 06/07/2011 10:55

Elas recusaram assistência oferecida pela polícia e disseram que vão se hospedar em casas de amigas.

As 15 garotas de programa encontradas ontem pela policia na boate Copacabana Bar, em Dourados, dispensaram assistência e disseram que vão permanecer em Dourados, hospedadas em casas de amigas.

A informação é da delegada Magali Leite Cordeiro, do 2º DP, que lavrou o flagrante na operação de ontem. A dona da boate, Conceição Aparecida de Lima, conhecida como Cidinha, de 48 anos, foi presa sob acusação de tráfico interno de pessoas e favorecimento à prostituição, crimes com pena máxima de 8 e 5 anos, respectivamente.

De acordo com a delegada, as 15 jovens em questão são as que moravam na boate. Quatro vieram de outros Estados (duas do Paraná, uma de Goiás e uma de São Paulo), uma do Paraguai e outras dez de diversas cidades de Mato Grosso do Sul. Outras profissionais do sexo que também trabalham na boate são de Dourados mesmo e só vão para o estabelecimento no período noturno.

“Elas foram ouvidas e nós oferecemos assistência, mas todas alegaram que têm amigas aqui e vão permanecer em Dourados”, informou a delegada. Quanto às providências que serão tomadas com relação à boate, a delegada explicou que tudo vai depender da conclusão do inquérito, que será conduzido pelo delegado Wilson Litter, que responde interinamente pela Delegacia da Mulher em Dourados.

Os crimes - O tráfico interno de pessoas é descrito no Artigo 231 A do Código Penal como “Promover, intermediar ou facilitar, no território nacional, o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento da pessoa que venha exercer a prostituição”. A pena prevista é de 3 a 8 anos de reclusão, mais multa.

Já o favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual é crime previsto pelo Código Penal no Artigo 228, descrito como “Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone”. Nesse caso, a pena varia de 2 a 5 anos de reclusão, e multa.

O caso - De acordo com o relato da delegada Magali, que na terça-feira (05) estava respondendo pela Delegacia da Mulher de Dourados, a polícia chegou até à boate Copacabana, na rua Monte Alegre, Vila Maxwell, depois de denúncia de uma das garotas que trabalham na casa.

A jovem que denunciou a situação tem 24 anos e já era profissional do sexo em Jundiaí (SP), onde foi aliciada por um homem identificado apenas como Paulo. Segundo o relato da garota à polícia, a promessa era de “ganhar bem” no bar Copacabana, uma vez que Dourados seria uma boa cidade para “fazer programa”.

“Acontece que ela acabou contraindo uma dívida com a boate e, por isso, a dona não a liberava para ir embora”, contou a delegada, explicando ainda que a garota disse que estava há aproximadamente 10 dias na boate, mas que não estava conseguindo ganhar o dinheiro esperado.

A delegada avalia que, com a ação de ontem, as atividades da boate acabaram sendo “desestruturadas”, embora qualquer outra ação, como o fechamento do local, por exemplo, dependa do fim do inquérito e da ação de outras instâncias, como o Ministério Público.

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