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Interior

Justiça marca interrogatório de servidor acusado de pedofilia

O servidor público Jeferson Porto da Silva foi preso no dia 19 de outubro acusado de manter relações sexuais com garotos

Helio de Freitas, de Dourados | 06/02/2015 08:34
Jeferson no dia em que foi preso em Dourados; ele está recolhido na penitenciária de segurança máxima (Foto: Eliel Oliveira)
Jeferson no dia em que foi preso em Dourados; ele está recolhido na penitenciária de segurança máxima (Foto: Eliel Oliveira)

O juiz Rubens Witzel Filho, da 2ª Vara Criminal, marcou para o dia 24 deste mês, às 16h, a audiência para interrogatório do servidor público municipal Jeferson Porto da Silva, 33 anos, acusado de aliciar garotos para prática de sexo. Os crimes ocorreram em Dourados, a 233 km de Campo Grande. Ele foi preso no dia 19 de outubro do ano passado e está recolhido na penitenciária de segurança máxima da cidade.

Para o mesmo dia do interrogatório do acusado, o juiz marcou também o depoimento das 11 testemunhas. Jeferson é soropositivo e confessou que oferecia dinheiro a garotos com idades entre 14 e 17 anos para fazerem sexo com ele. No processo aparecem 15 vítimas, mas o próprio servidor admitiu que o número é bem maior.

No mesmo despacho em que marcou a audiência, o juiz Rubens Witzel Filho indeferiu o pedido de perícia médica psicológica, feito pelos três advogados que fazem a defesa de Jeferson. “Em momento algum se alegou insanidade mental, até mesmo porque o réu é funcionário público”, afirma o juiz.

No dia 3 de dezembro, Rubens Witzel Filho acatou a denúncia do Ministério Público e o servidor passou a ser réu por crime de favorecimento à prostituição. Ele também foi indiciado na Polícia Civil por estupro de vulnerável (por fazer sexo com um garoto menor de 14 anos), falsificação de documento (confessou ter falsificado um exame para comprovar que não tinha doença sexualmente transmissível) e perigo de contágio de moléstia grave, por fazer sexo com os adolescentes sem uso de preservativo mesmo sabendo ser portador do vírus HIV.

Jeferson foi denunciado também por armazenar e distribuir material de conteúdo pornográfico envolvendo menor de idade – crime de pedofilia previsto no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Homossexual assumido, o servidor confessou que pagava para os garotos fazerem sexo com ele.

As vítimas identificadas têm entre 14 e 16 anos, mas a polícia localizou um menino que afirmou ter mantido relações com Jeferson quando tinha 12 anos. “O Jeferson não fazia diferença de idade”, afirmou na época a delegada que investigou o caso, Marina Lemos, do 1º Distrito Policial.

Saía com adultos – Na fase da investigação policial, Jeferson contou que além dos garotos saía também com homens adultos, alguns casados, que ele conhecia através do Facebook. O servidor mantinha dois perfis na rede social, um com nome verdadeiro e outro com o nome de Jéssika Alessandra, para atrair os adolescentes.

Funcionário público municipal concursado como técnico administrativo, Jeferson Porto da Silva foi preso no dia 19 de outubro após dois meses de investigação. A mãe de um dos garotos aliciado pelo servidor descobriu a história e procurou a polícia. Ele chegou a ser suspeito de aliciar pelo menos 200 adolescentes em Dourados.

Jeferson contou que mesmo sendo soropositivo, manteve relações sexuais com vários adolescentes sem uso de camisinha. Ele afirmou que os garotos não faziam questão de usar o preservativo e alguns até pediam para dispensar a proteção. Todos os ouvidos confirmam terem recebido dinheiro de Jeferson, que pagava de R$ 30 a R$ 50 a cada encontro.

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