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Interior

Lojistas de Jardim temem caos na economia com falta de investimento

Aliny Mary Dias, enviada especial a Jardim | 02/09/2013 08:55
Cidade vive problemas com economia e comerciantes temem futuro (Foto: Marcos Ermínio)
Cidade vive problemas com economia e comerciantes temem futuro (Foto: Marcos Ermínio)

Cidade considerada passagem para quem tem Bonito ou o Pantanal como destino de viagem, Jardim, a 239 quilômetros de Campo Grande, está longe de viver o progresso econômico de municípios turísticos.

A cidade tem a presença do Exército Brasileiro como uma das características marcantes e recebeu na última sexta-feira (30) a comitiva de universitários, militares da reserva e convidados que refez o percurso da Retirada da Laguna, episódio marcante da Guerra do Paraguai em 1867.

Para quem teve a oportunidade de passar algumas horas ociosas na cidade, conhecer o comércio central foi um dos programas escolhidos. Os comerciantes estão preocupados com a situação econômica do município.

Por parte dos moradores, as justificativas para o baixo volume de vendas e as ruas paradas são a falta de investimento do poder público, a dificuldade em cursar o ensino superior e a ausência de incentivo ao turismo da cidade.

Lucia Bahia tem 43 anos e há seis anos abriu uma loja de presentes e acessórios femininos na Avenida Duque de Caxias, a principal da cidade. Preocupada com o ritmo lento das vendas, a mulher diz temer o futuro da economia de Jardim.

Comerciante acredita em caos na economia da cidade (Foto: Marcos Ermínio)
Comerciante acredita em caos na economia da cidade (Foto: Marcos Ermínio)

“Se continuar assim, as coisas vão se tornar um caos. Está tudo muito parado e cada dia a gente vende menos. Precisamos fazer de tudo para sustentar nossos filhos, mas muitos comerciantes já fecharam as portas”, afirma a empresária.

De acordo com os comerciantes, a diminuição no ritmo nas vendas não é fato recente, mas a situação piorou depois que a nova administração assumiu o comando da cidade e decidiu não realizar o Carnaval 2013, um dos mais famosos de Mato Grosso do Sul.

“Já estava complicado, mas depois que acabaram com o Carnaval tudo ficou mais difícil ainda. As vendas caíram, o movimento diminuiu e não sabemos como vai ser nos próximos anos”, explica Roberto Pavan, 51 anos, e proprietário de uma barraca de lanches na praça central da cidade.

Outra moradora da cidade que não mede críticas a situação econômica de Jardim é Zuleide Nascimento, 30 anos, dona de uma pastelaria também localizada no centro. Ela conta que a queda no movimento do comércio é reflexo da falta de investimento do poder público.

“Ninguém investe em nada e só vemos tudo piorar. Tenho medo de como vai estar essa cidade que é tão boa para viver daqui alguns anos”, explica.

Vendedor de lanches reclama do baixo movimento mesmo com destinos turísticos próximos da cidade (Foto: Marcos Ermínio)
Vendedor de lanches reclama do baixo movimento mesmo com destinos turísticos próximos da cidade (Foto: Marcos Ermínio)

Educação O difícil acesso a educação superior é um problema constante nas cidades do interior e em Jardim não é diferente. Os jovens que concluem o ensino médio têm poucas opções de curso a disposição e precisam sair da cidade para estudar.

Muitos optam em ficar longe da família e se dedicar integralmente aos estudos, mas há aqueles que preferem encarar seis horas nas rodovias para cursar uma faculdade em Dourados.

Adriana Sá de 24 anos já morou em Campo Grande, mas hoje vive em Jardim e trabalha como vendedora. Segundo ela, se a oferta de mais cursos fosse realidade, a situação econômica do município seria melhor.

“Muitos precisam ir embora para conquistar uma vida melhor. Alguns saem três horas da tarde daqui para chegar à noite em Dourados, mas é muito cansativo”, lamenta.

A gerente de vendas Iara Pereira, 20 anos, também compartilha da opinião de Adriana. Para ela, a educação é o grande entrave para o desenvolvimento do município. “Talvez as coisas só melhorem quando nós tivermos mais cursos superiores, do contrário, não vejo solução”, diz.

Retirada da Laguna - Desde a tarde da quinta-feira (29), uma comitiva com alunos de universidades públicas e privadas, militares da reserva e convidados refizeram a trajetória percorrida pelos militares que lutaram na Guerra do Paraguai de 1864 a 1870 e protagonizaram a Retirada da Laguna.

Os visitantes percorreram as cidades de Bela Vista, Jardim e Nioaque. O trajeto terminou no último sábado (31) em Porto Canuto, local onde chegou ao fim a Retirada da Laguna.

(A equipe do Campo Grande News viajou a convite do Comando Militar do Oeste)

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