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Interior

Menina argentina sequestrada há oito anos é encontrada em Dourados

Francisco Júnior | 04/05/2012 08:18
Menina era mantida em carcere privado pelo próprio pai. (Foto: Hédio Fazan, do Dourados Agora)
Menina era mantida em carcere privado pelo próprio pai. (Foto: Hédio Fazan, do Dourados Agora)

Uma menina de 10 anos sequestrada na Argentina foi encontrada no ano passado em um bairro de Dourados, porém o caso ganhou repercussão nesta semana. Ontem, o juiz substituto da Vara da Infância e Juventude de Dourados, Eduardo Machado Rocha, entregou a jovem para embaixada Argentina.

De acordo com o site Dourados Agora, a menina foi sequestrada pelo pai naquele país. A criança foi tirada dos braços da mãe em 2004 e viveu até o início do ano passado em cárcere privado com o pai, num bairro de Dourados. Ele é procurado pela polícia Argentina acusado de sequestro.

A história da menina começa a ser revelada quando no ano passado um vizinho denunciou ao Conselho Tutelar de Dourados que o pai mantinha uma criança em cárcere privado. O pai foi chamado à Delegacia da Mulher para esclarecer o caso. Desde então, a Vara da Infância não sabe o paradeiro do homem, que estaria foragido. Uma equipe do Conselho Tutelar esteve na casa e constatou o cárcere privado. A menina, na época com 9 anos, vivia num quarto isolada. Tinha apenas contato com o pai e não freqüentava a escola.

A criança foi levada para o Lar Ebenezer onde permaneceu até ontem. De acordo com a coordenadora da entidade, Cleire Santana, assim que a menina chegou, em março do ano passado, fez um desenho sobre onde morava no Paraguai. “Em seguida fomos para lá. Encontramos a família do pai da menina. Eles disseram que não a conheciam, talvez por medo. Diante disto, acreditamos que pai e filha passaram por várias cidades e países até chegar no Brasil. Creio que a cada suspeita de que podia ser descoberto pelo sequestro ele fugia com a menina”, destaca.

Segundo a coordenadora, a garota de 10 anos foi ilegalmente registrada no Brasil, após o registro original na Argentina, mas não possuía nenhum documento quando chegou ao Lar. Eles estariam com o pai, que continua foragido.

Ela respondeu que desejava conhecer a mãe. Eu disse que Noel morava pertinho do papai do céu e que era só ela pedir e ter fé. Uma semana depois fomos à igreja, no Jardim Água Boa, ela foi em público pedir a Deus que encontrasse sua mãe. Na mesma semana, como num passe de mágica, recebemos a ligação da mãe da menina, desesperada a procura dela”, conta.

Segundo Cleire, a mãe, que procurava a filha há anos também entrou em contato com a Delegacia da Mulher de Dourados, que buscou a direção do Lar. “Logo em seguida já estávamos em contato com o consulado da Argentina e com a embaixada daquele país. O juiz da Infância, Zaloar Murat Martins pediu o exame de DNA. O material da mãe foi coletado na Argentina e trazido para o Brasil, via embaixada. Em 15 dias foi comprovada a maternidade”, disse, observando que o registro brasileiro já foi cancelado e que a partir daquele momento ela já estava sob responsabilidade da embaixada.

A embaixadora da república Argentina, Maria Seane de Chiodi, diz que a criança passa a ter a sua disposição todo o atendimento necessário para voltar a viver com a mãe, como psicólogos, assistentes sociais e intérprete.

O reencontro entre mãe e filha, após 8 anos, está previsto para hoje.

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