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Interior

Moscas voltam a incomodar e pecuaristas protestam contra usina

Renata Volpe Haddad | 04/07/2016 12:09
Pecuaristas protestam por causa de moscas produzidas pela vinhaça, colocada por funcionários da usina Odebrecht nas lavouras de cana-de-açúcar. (Foto: Direto das Ruas)
Pecuaristas protestam por causa de moscas produzidas pela vinhaça, colocada por funcionários da usina Odebrecht nas lavouras de cana-de-açúcar. (Foto: Direto das Ruas)

Pecuaristas de Costa Rica, distante 305 km de Campo Grande, que têm propriedades próximas da usina de álcool Odebrecht, protestam na manhã desta segunda-feira (4) na Câmara de Vereadores, pedindo uma solução contra as moscas produzidas da vinhaça, que atacam e até matam bovinos. O problema é recorrente e há quatro anos produtores pedem uma solução.

A pecuarista Fátima Aparecida Corrêa, conta que já perdeu cinco bovinos por causa do ataque das moscas. "A gente fala mosca, mas é como se fossem mutucas, que chupam o sangue do bovino, causando irritabilidade, perda de peso e levando a morte. Isso aconteceu com cinco cabeças de gado na minha propriedade".

Fátima conta que já registrou dois boletins de ocorrência contra a usina, por não aguentar mais a situação. "Funcionários da Odebrecht colocam a vinhaça nas lavouras de cana-de-açúcar que acabam produzindo moscas. Há quatro anos essa situação vem acontecendo e a empresa não toma nenhuma medida. Já usamos veneno até nas cercas para evitar as moscas, mas não adiantou".

Problema com pecuaristas da região acontecem há quatro anos. (Foto: Direto das Ruas)
Problema com pecuaristas da região acontecem há quatro anos. (Foto: Direto das Ruas)

O pecuarista Manoel Rodrigues de Oliveira, tem uma fazenda a 12 quilômetros da usina e conta perdeu quatro bovinos no ano passado, devido ao ataque das moscas. Ele afirma que a situação está precária e alguma atitude precisa ser tomada.

"São mais de 400 pecuaristas que estão sofrendo com o ataque das moscas e se nada for feito, as famílias da zona rural vão abandonar as fazendas".

O pecuarista explica que os manifestantes foram até o Ministério Público nesta manhã, por recomendação dos vereadores. "Mas fomos orientados lá para primeiro procurarmos a usina, a secretaria de agricultura e a Câmara de Vereadores. Nós sempre conversamos com os diretores da usina sobre isso e eles falam que estão tomando atitude, mas nada melhora. As moscas proliferam em grande quantidade".

Em 2015, na mesma época, seis fazendeiros registram boletim de ocorrência no mesmo dia contra a usina por causa das moscas. No dia 14 de junho de 2015, um incêndio criminoso destruiu 10 mil hectares de lavoura de cana-de-açúcar. O principal suspeito do crime, era um funcionário que havia sido demitido.

Em nota, a Odebrecht afirma que participa ativamente de todas as discussões sobre a questão da mosca do estábulo, junto às autoridades da cidade de Costa Rica, Embrapa, Biosul e produtores da região, em busca de uma solução.

"A empresa esteve presente em todas as comissões e audiências para tratar do assunto e sempre esteve aberta ao diálogo com os produtores rurais. Desde o ano passado, quando começaram as reuniões, as equipes da Unidade Costa Rica já realizaram mais de 300 visitas às propriedades da região. A empresa tem trabalhado para garantir o controle e monitoramento, sempre seguindo as normas recomendadas pelos órgãos técnicos competentes, e reforça ainda que segue todas as legislações ambientais vigentes no município de Costa Rica e no estado de Mato Grosso do Sul e está sempre à disposição para esclarecimentos".

(Matéria atualizada às 13h22 para acréscimo de informações)

 

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