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Interior

MPE pede interdição e Maníaco da Cruz é submetido a perícia médica

Marta Ferreira | 18/11/2011 11:45

Ele foi levado hoje de Ponta Porã para Dourados para avaliação que vai definir futuro do jovem que matou 3 pessoas em 2008, aos 16 anos

Dhionatan, com a cabeça coberta, chega a Dourados. (Foto: Dourados Agora
Dhionatan, com a cabeça coberta, chega a Dourados. (Foto: Dourados Agora

Foi levado hoje cedo para o Fórum de Dourados o jovem Dionathan Celestrino, de 19 anos, que ficou conhecido como o Maníaco da Cruz, em 2008, após matar três pessoas em Rio Brilhante. Ele foi levado de Ponta Porã, onde está internado há 3 anos na Unei (Unidade Educacional de Internação) local, para realização de perícia médica, como parte de um pedido do MPE (Ministério Público Estadual) para que Dionathan seja interditado e, dessa forma, continue afastado do convívio social.

Como já venceu o prazo legal para que ele ficasse internado, essa é era uma das alternativas para impedir a soltura do Maníaco. A perícia médica vai indicar se ele tem alguma doença psiquiátrica.

A decisão que determinou a realização da perícia foi dada semana passada, mas o teor não foi divulgado, por se tratar de segredo de Justiça.

Ele já está a caminho da Unei de Ponta Porã, onde vai continuar internado.

A Defensoria Pública Estadual, que representa Dionathan no processo, havia pedido a liberdade dele, em razão do fim do prazo legal de internação.

Como não houve resposta ao pedido em primeiro grau, a Defensoria fez um pedido de habeas corpus ao TJ (Tribunal de Justiça) que foi rejeitado pelo desembargador Romero Osme Dias.

Como o processo corre em segredo de Justiça o teor da decisão do desembargador que rejeitou o pedido feito pela Defensoria Pública não foi detalhado.

Com a negativa da liminar, o pedido vai agora para a análise definitiva de um colegiado de desembargadores. Caso a liberdade seja negada, a Defensoria terá de recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Quando fez o pedido de liberdade, o defensor Eduardo Mondoni explicou que a solicitação para que Dhionatan seja solto apenas cumpre o que é exigido pelo ECA (Estatuto da Criança e Adolescente). A lei prevê que o adolescente infrator não pode ultrapassar o período de três anos em internação. Passado esse período o regime deve ser convertido após esse período para liberdade, semi-liberdade ou liberdade assistida.

Embora Dhionatan hoje não seja mais menor de idade, continua valendo essa regra, pois os crimes foram cometidos aos 16 anos.

Memória-Na época da prisão do Maníaco, em outubro de 2008, o Ministério Público emitiu documento dizendo que o ele não tinha distúrbios mentais. Outros laudos psicológicos já foram feitos durante a sua internação. Como o processo corre em segredo de justiça, a imprensa não tem acesso ao resultado.

Se for comprovado por laudo psicológico que o Maníaco sofre de graves problemas mentais e não tem condições de voltar para a sociedade, a promotoria ou a mãe do garoto pode pedir a interdição. No caso da interdição ser pedida, outro processo será iniciado, em que o Maníaco pode responder tanto em liberdade quanto em internação, de acordo com a determinação da Justiça.

O garoto de 16 anos aterrorizou a cidade de Rio Brilhante em 2008. Entre julho e agosto, ele matou três pessoas.

Próximo ao corpo da última vítima, deixou um bilhete com várias cruzes e letras soltas que, dentre as possibilidades, formava a palavra inferno.

Dionathan foi pego no dia 9 de outubro, seis dias após o último assassinato, em casa. No quarto dele, foram encontrados posters do Maníaco do Parque e de um diabo, coloados ao guarda-roupa. Também foi achado um envelope de cor azul, contendo um um papel com nome das vítimas, escrito em vermelho. Foram encontrados ainda três jornais com reportagens sobre os assassinatos e pertences das vítimas.

Ele matou as vítimas usando utilizava luvas cirúrgicas. Estrangulava e terminava de matá-las com faca, arma com a qual ele escreveu INRI (Jesus Nazareno Rei dos Judeus) no peito do primeiro alvo. Entrevistado pelo

Campo Grande News quando foi apreendido, o garoto afirmou que não estava arrependido.

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