MPF investiga empresa que extrai minério de ferro em Corumbá
Uma mineradora que atua em Corumbá, a 444 quilômetros de Campo Grande, é alvo de inquérito, aberto pelo MPF (Ministério Público Federal), para investigar danos causados pela atividade ao meio ambiente.
Segundo o ministério, moradores da Comunidade Antônio Maria Coelho reclamam da degradação de recursos hídricos depois que a mineradora se instalou na cidade e praticou a extração de minério de ferro.
A empresa Mineração Corumbaense Reunida (Vale) pediu licença no ano passado para expandir 138,6% as atividades na região. Com o pedido, a retirada de minério aumentaria de 4,4 milhões de toneladas para 10,5 milhões. O Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) analisa o pedido.
Apuração - Em agosto de 2013, o MPF se reuniu com moradores da comunidade. No encontro, os habitantes destacaram a falta de água como fator crítico no local. Segundo relatos, o córrego Piraputanga, que abastecia a região, secou com o início da mineração e a comunidade tem encontrado dificuldades para armazenar a água fornecida em carros-pipa.
Os moradores ressaltaram que o líquido, quando retirado da cisterna, chega contaminado de minério e que o abastecimento, feito duas vezes ao dia, não tem tratamento adequado, apresentando coloração avermelhada nos dias chuvosos.
De acordo com o MPF, é necessário que o novo licenciamento ambiental preveja compensações que minimizem não só os danos ao meio ambiente, mas também aqueles sofridos pela comunidade.