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Interior

Neneco é levado para sede de grupo especial da polícia e depõe amanhã

Escoltado por policiais e usando colete à prova de bala, Vilmar Acosta Marques, que estava preso em MS, foi levado de helicóptero do aeroporto de Assunção para a sede da Fope

Helio de Freitas, de Dourados | 17/11/2015 14:49
Cercado por policiais, Neneco chega ao aeroporto de Assunção após oito meses preso em MS (Foto: Claudio Ocampo/ABC Color)
Cercado por policiais, Neneco chega ao aeroporto de Assunção após oito meses preso em MS (Foto: Claudio Ocampo/ABC Color)

Logo após desembarcar no aeroporto de Assunção, cercado por policiais de forças especiais e por promotores de Justiça, o ex-prefeito da cidade paraguaia de Ypejhú, Vilmar Acosta Marques, o Neneco, foi levado de helicóptero para a sede da Fope, grupo especializado do Ministério Público do Paraguai, onde vai passar a noite.

Neneco estava preso desde março deste ano na carceragem da Polícia Federal Campo Grande, depois de ser descoberto por policiais civis de Mato Grosso do Sul, escondido no município de Caarapó, e nesta terça-feira (17) foi extraditado para o Paraguai. Ele foi entregue por policiais federais a autoridades paraguaias por volta de 11h, no Aeroporto Internacional da Capital.

A extradição tinha sido determinada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em agosto, a pedido da Justiça paraguaia. No dia 10 deste mês, o ministro Dias Tóffoli negou recurso da defesa e determinou cumprimento imediato do pedido de extradição.

De acordo com o jornal ABC Color, nesta quarta-feira (18), Neneco será interrogado pela promotora antissequestro do Paraguai, Sandra Quiñónez, acompanhado por seu advogado. Hervitan Cristian Carulla, de Cuiabá (MT), advogado que defende Vilmar Acosta no Brasil, disse ao Campo Grande News que um advogado paraguaio já tinha sido contratado para assumir a defesa do outro lado da fronteira.

Após o interrogatório, o juiz Juan Carlos Martínez vai decidir para qual prisão do Paraguai Neneco será encaminhado.

Crimes - Apontado no Paraguai como o Pablo Escobar da fronteira com o Brasil, numa referência ao lendário narcotraficante colombiano morto na década de 1990, Vilmar Acosta é acusado de pelo menos 23 assassinatos ocorridos em território paraguaio. Entre as vítimas estão o jornalista do ABC Color, Pablo Medina, Antonia Almada, sequestrada e morta na companhia de Medina, há 13 meses.

A extradição determinada pelo STF é criticada pela defesa de Acosta, que afirma que o suposto narcotraficante tem nacionalidade brasileira. A Constituição de 1988 não permite a extradição de cidadãos brasileiros natos.

O advogado Hervitan Carulla diz que Neneco é brasileiro. “Os pais deles são casados em Caarapó e brasileiros. O Vilmar Acosta e os irmãos foram registrados no Brasil por ordem judicial, ele nasceu em território brasileiro, em Paranhos”, declarou o advogado, nesta terça.

Neneco apelou ao TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) contra a decisão do juiz de Sete Quedas, que em março anulou seu registro de nascimento brasileiro. O recurso ainda tramita no tribunal e o relator é o desembargador Amaury da Silva Kuklinski. No dia 12 deste mês a Procuradoria Geral de Justiça deu parecer contrário ao recurso.

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