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Interior

Para empresários, voz de brasileiros nas ruas não pode ser ignorada

Associação Comercial que liderou protesto na 2ª maior cidade de MS pede fim da corrupção, mas recusa impeachment de Dilma

Helio de Freitas, de Dourados | 16/03/2015 10:52
Douradenses durante protesto ontem à tarde na Avenida Marcelino Pires (Foto: Eliel Oliveira)
Douradenses durante protesto ontem à tarde na Avenida Marcelino Pires (Foto: Eliel Oliveira)

Apesar de rejeitar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), a Associação Comercial e Empresarial de Dourados, que liderou o protesto de ontem na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, afirma que o governo federal não pode ignorar a voz dos brasileiros que foram às ruas ontem nas principais cidades do país.

Para o presidente da entidade, Antônio Nogueira, a mobilização em Dourados demonstra o descontentamento dos douradenses diante da situação vivida no Brasil. “O movimento atingiu a sua finalidade. A população veio para a rua, manifestou sua vontade e expressou seu sentimento quanto aos desmandos na política brasileira”, afirmou ele através da assessoria de imprensa.

Na avaliação do dirigente, após os manifestos ocorridos em todo o território brasileiro e até fora do Brasil, o governo não terá alternativa a não ser repensar a atual política adotada no país. “Esperamos que o governo escute esta voz que está ecoando nas ruas e adote medidas urgentes para recuperar nossa economia. Este grito não pode ser ignorado”.

Em Dourados, pelo menos seis mil pessoas protestaram ontem à tarde, conforme estimativa da Polícia Militar. Além de empresários, o protesto reuniu produtores rurais, profissionais liberais, funcionários públicos, estudantes e moradores dos bairros. Crianças, adultos e idosos e até famílias inteiras participaram da mobilização. Cento e cinquenta policiais militares ficaram de prontidão no centro da cidade.

Sem impeachment – Assim como já havia dito ontem ao Campo Grande News, Antônio Nogueira afirma ser contrário ao pedido de impeachment da presidente Dilma. Segundo ele, o movimento liderado pela Aced teve como principal bandeira protestar contra a corrupção, alto custo de vida do brasileiro, alta dos impostos e contra as políticas que não favorecem o desenvolvimento do país. “Não defendemos o impeachment porque entendemos que não resolveria nada. Pelo contrário: a situação poderia ficar ainda pior”.

Quem também recusa a campanha pelo impeachment é o presidente da 4ª Subseção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Azuma. “Tecnicamente, o impeachment deve ser adotado em caso de improbidade durante a gestão. No entanto, os escândalos que temos visto não podem ser atribuídos a esta gestão iniciada em janeiro”, afirma ele. Entretanto, Azuma vê impactos da mobilização no cenário político brasileiro. “Ainda que não tenha efeitos legais, a discussão do impeachment certamente gera reflexo no ponto de vista político”.

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