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Interior

Para evitar represália a professores, estudantes vão desocupar escolas

Helio de Freitas, de Dourados | 27/10/2016 09:02
Estudantes limpam escola no distrito Nova Itamarati (Foto: Divulgação)
Estudantes limpam escola no distrito Nova Itamarati (Foto: Divulgação)

As duas escolas estaduais ocupadas por estudantes do ensino médio no distrito Nova Itamarati, em Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande, serão entregues pelos alunos às 11h de hoje (27). De acordo com líderes do protesto, a decisão pelo fim da ocupação foi tomada ontem, para evitar represália aos professores que apoiam o movimento.

A Escola Nova Itamarati foi reocupada na segunda-feira (24), cinco dias após ter sido desocupada, em protesto dos estudantes em defesa da educação e contra a PEC 241, que congela os gastos do governo federal – aprovada pela segunda vez na Câmara dos dos Deputados, terça-feira.

Na manhã de ontem (26), a Escola Estadual José Edson Domingos, também na Nova Itamarati, foi ocupada por pelo menos 50 alunos do ensino médio, que passaram a noite no local e hoje vão suspender o protesto no mesmo horário que os colegas da outra escola.

Um dos estudantes disse ao Campo Grande News que desde o início da semana alguns professores receberam ligações com supostas ameaças de retaliação da Secretaria Estadual de Educação por apoiarem o movimento dos alunos.

O Campo Grande News procurou a assessoria de comunicação do governo do Estado na terça-feira sobre a denúncia dos estudantes, mas não recebeu retorno.

Protesto continua – Líderes do protesto na Nova Itamarati afirmam que a desocupação das escolas não significa o fim dos protestos em defesa da educação e da democracia. Eles prometem mobilizar mais escolas para o próximo movimento.

“Tivemos uma verdadeira aula de cidadania nos últimos dias. Saímos da realidade de muitos brasileiros, que reclamam da situação política, mas vivem no comodismo. Aprendi nos últimos dias que a união, realmente, faz a força. Quando todos os brasileiros decidirem se unir, aí sim poderemos confirmar realmente o que diz a Constituição, que o poder emana do povo”, afirmou Alana Bruna Penteado, da Escola Nova Itamarati.

“Nosso movimento não acabou, foi só o começo. Estaremos sempre lutando por nossos direitos”, disse a estudante de 16 anos de idade, aluna do terceiro ano do ensino médio.

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