PF mantém sigilo sob investigação de atentado contra índios em Miranda
A PF (Polícia Federal) mantém sob sigilo as investigações sobre o ataque à bomba contra um ônibus escolar na aldeia Cachoeirinha, em Miranda. O inquérito foi instaurado na última semana.
O prazo para conclusão é de 30 dias, mas pode ser prorrogado. Conforme a assessoria de imprensa da PF (Polícia Federal), as informações serão divulgadas após a conclusão do procedimento.
O atentado ao ônibus, que transportava cerca de 30 indígenas que estudam em Miranda, ocorreu na noite de 3 de junho. A bomba caseira foi jogada na frente do veículo, onde fica localizada a única porta do ônibus.
Feridos em estado grave foram trazidos para a Santa Casa de Campo Grande. O motorista Laércio Xavier Correia sofreu queimaduras de 2º e 3º grau. Também sofreram queimaduras graves os indígenas Lurdivane Pires, Rosana de Oliveira Martins e o adolescente Edson Vieira Leite. Rosana teve alta no último dia 10, os demais seguem internados.
O caso começou a ser investigado pela Polícia Civil de Miranda e foi repassado para a PF.
Disputa - Os índios lutam pela ampliação da aldeia Cachoeirinha. A portaria do Ministério da Justiça reconhecendo a área indígena é de 2007. Desde então, há uma guerra judicial e diversas ocupações em busca da posse das terras.
No ano passado, o procedimento administrativo de demarcação foi parcialmente suspenso por decisão liminar proferida pelo ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
A Funai (Fundação Nacional do Índio) chegou a depositar R$ 1,3 milhão em juízo, referente ao valor das benfeitorias. Mas os proprietários não aceitaram o acordo e recorreram. Uma das propriedades em disputa é a fazenda Petrópolis, que pertence à família do ex-governador Pedro Pedrossian.