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Interior

Polícia investiga se houve falha humana em acidente em cortume

Nadyenka Castro e Paula Maciulevicius, de Bataguassu | 01/02/2012 13:49

O delegado Pedro Arlei Caravina explica que serão analisados laudos da perícia. Reação química aconteceu após 5min de abastecimento

Maioria das vítimas foi para o hospital de Bataguassu. Estas já receberam alta. Três continuam internadas. (Foto: Tiago Apolinário)
Maioria das vítimas foi para o hospital de Bataguassu. Estas já receberam alta. Três continuam internadas. (Foto: Tiago Apolinário)

A Polícia Civil investiga se falha humana causou o acidente com quatro mortes e 24 intoxicados na manhã dessa terça-feira, no curtume do frigorífico Marfrig, em Bataguassu, a 335 quilômetros de Campo Grande.

O delegado responsável pelas investigações, Pedro Arlei Caravina, explica que será apurado se o motorista descarregava o produto correto e se os funcionários que o atenderam indicaram o tanque certo.

Também será verificado se havia na empresa equipe de segurança habilitada e se o condutor do caminhão estava apto para o serviço. Resultado da perícia feita no local e laudos sobre análise química integram o trabalho de investigação. Estes documentos devem ficar prontos em 30 dias.

Se for comprovado que houve falha humana, podem ser responsabilizados por homicídio culposo e lesão corporal culposa, qualificada por negligência, imprudência ou imperícia, os funcionários que indicaram o tanque, o motorista, a administração do frigorífico e a equipe de segurança.

Primeiros trabalhos - Logo após o acidente, peritos coletaram material do tanque e o que era descarregado pelo caminhão.

O motorista do veículo que descarregava o ácido coramin, usada para retirada de pelos do couro, prestou depoimento à Polícia ontem mesmo e declarou que esta era a primeira vez que fazia o serviço no Marfrig de Bataguassu e apresentou documentos que mostram que é habilitado para trabalhar com produtos químicos.

O homem contou que foi recepcionado por dois funcionários, os quais indicaram o tanque que seria abastecido. Ele fez o procedimento padrão nestes casos e passados cinco minutos sentiu um cheiro forte, avisou dois trabalhadores que estavam embaixo, desligou a válvula de abastecimento e também correu.

Estes dois funcionários que foram avisados e o motorista saíram ilesos. Já os quatro que estavam no escritório que fica em cima do tanque morreram. Outras 24 pessoas foram intoxicadas, sendo que três permanecem internadas em Presidente Prudente, São Paulo.

Na tarde desta quarta-feira , a Polícia irá ouvir um técnico da empresa, um engenheiro e os dois funcionários que atenderam o motorista. Até o fim do inquérito, que deve durar 30 dias, período que pode ser prorrogado, 30 pessoas devem prestar depoimentos, entre elas, algumas vítimas.

O acidente - A reação química entre o coramin e produto que havia no tanque exalou gás que intoxicou as vítimas. Não houve explosão.

A empresa está interditada temporariamente e foi multada em R$ 1 milhão pelo dano ambiental. A prefeitura decretou luto de três dias.

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