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Interior

Polícia ouve vítimas, engenheiro e técnico de segurança de frigorífico

Paula Maciulevicius, de Bataguassu | 01/02/2012 07:13

Delegado já ouviu motorista e funcionário que acompanhou abastecimento de produtos que provocou reação química no Marfrig

Perícia colheu amostras de líquido para análise e laudos vão apontar se procedimentos padrões de segurança estavam dentro das normas. (Foto: Marlon Ganassin)
Perícia colheu amostras de líquido para análise e laudos vão apontar se procedimentos padrões de segurança estavam dentro das normas. (Foto: Marlon Ganassin)

A Polícia Civil abriu inquérito e já ouviu duas pessoas no caso do vazamento de gás no frigorífico Marfrig, em Bataguassu, cidade distante 335 quilômetros de Campo Grande.

Ainda na tarde desta terça-feira foram ouvidos o motorista terceirizado do caminhão que descarregava o ácido dicloro-propiônico em um tanque no curtume e o funcionário do frigorífico que acompanha o abastecimento.

Nesta quarta-feira serão ouvidos trabalhadores que foram atingidos, o engenheiro e o técnico de segurança do trabalho da empresa.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Pedro Arlei Caravina, a perícia da Polícia Civil liberou o local no final da tarde, mas aguarda o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) para avaliar o local, cenário das quatro mortes por intoxicação.

A perícia colheu amostras do líquido que abastecia o tanque do curtume e também do caminhão que fazia o abastecimento.

"É provável que dentro do tanque já havia outro produto e a junção dos dois causou a reação. Pode ter ocorrido esse erro, o tanque não estava vazio ou não era naquele que o líquido deveria ser depositado", confirma o delegado.

Ainda segundo a Polícia, os laudos vão apontar se existia equipamento de segurança no curtume e se os procedimentos padrões estavam dentro das normas.

"Vamos avaliar a reponsabilidade do frigorífico ou da empresa terceirizada em relação às normas de segurança", explicou Caravina.

O caso trouxe à tona problemas que o Marfrig já vinha enfrentando. Nesta semana o frigorífico passava por uma auditoria sobre as práticas realizadas no curtume.

O caso - De acordo com o Corpo de Bombeiros, um caminhão descarregava ácido dicloro-propiônico em um tanque submerso quando trabalhadores que estavam próximos passaram mal. O ácido entrou em contato com a substância que havia no tanque e causou a reação, exalando grande volume de gás tóxico.

O motorista do caminhão percebeu que houve uma reação química e então fechou a válvula de descarregamento e se afastou do local. Três funcionários que estavam em uma estrutura acima do tanque caíram desmaiados.

Um quarto trabalhador tentou descer pelas escadas, mas, também ficou inconsciente. Os quatro morreram, três deles a caminho do hospital e um 10 minutos depois de dar entrada na Santa Casa de Bataguassu.

A área permanece isolada em um raio de 100 metros de distância do curtume.

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