ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  18    CAMPO GRANDE 19º

Interior

Por risco de acidentes, Ministério do Trabalho interdita serviço de tapa-buraco

Gerência do Trabalho constatou funcionários de empresa terceirizada transportados em carroceria, junto com lama asfáltica e ferramentas; também não havia sinalização em locais de serviços

Helio de Freitas, de Dourados | 25/08/2015 13:54
Trabalhadores que fazem tapa-buraco são transportados em carroceria, em meio ao material usado para consertar ruas (Foto: Divulgação)
Trabalhadores que fazem tapa-buraco são transportados em carroceria, em meio ao material usado para consertar ruas (Foto: Divulgação)

O serviço de tapa-buraco feito por empresa terceirizada, contratada pela prefeitura, está temporariamente interditado em Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande. A interdição ocorreu nesta segunda-feira (25), após a fiscalização da Gerência do Trabalho constatar irregularidades no transporte dos trabalhadores e nas condições dos locais onde o serviço é executado, como falta de sinalização e falta de sanitários.

Em nota, a assessoria de imprensa informou que a prefeitura foi notificada oficialmente a respeito do assunto por volta de 10h desta terça-feira e está analisando o teor da notificação. “Como se trata de um serviço terceirizado, a prefeitura está intimando a empresa responsável para que se manifeste a cerca do conteúdo da notificação e que, sendo o caso, proceda a devida regularização das atividades”.

Serviço suspenso – De acordo com a auditora que flagrou a situação, a prefeitura e a empresa privada, contratada por meio de licitação para fazer o tapa-buraco, já foram notificadas de que o serviço só poderá ser retomado após todas as irregularidades forem resolvidas. Também foi feito um auto de infração e as partes envolvidas têm prazo para apresentar defesa.

Conforme a chefe do setor de inspeção do trabalho na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, Auzenir de Jesus Caetano, a fiscalização foi feita com foco na segurança e saúde dos trabalhadores nos ambientes de trabalho.

Na caçamba – “A fiscalização constatou precárias condições em que eram desenvolvidos os serviços de tapa-buraco. Os trabalhadores eram transportados em caçambas abertas de caminhões, junto à massa asfáltica e às ferramentas utilizadas para o trabalho. Não havia nenhuma sinalização nas vias, nem outras medidas de proteção coletiva que impedissem acidentes e atropelamentos. As frentes de trabalho não dispunham de instalações sanitárias, não sendo fornecidos, também, equipamentos de proteção individual”, afirmou Auzenir.

Segundo ela, os trabalhadores informaram que nem mesmo água era fornecida, o que os obrigavam a pedir favor em residências e estabelecimentos comerciais próximos aos locais das obras para matar a sede.

“Essas irregularidades caracterizam condição de risco grave e iminente à integridade física dos trabalhadores, fundamentando, assim, a interdição. O retorno das atividades depende do cumprimento das Normas de Segurança e Saúde do Trabalho, para garantir a saúde e integridade física dos trabalhadores envolvidos”, declarou a chefe da fiscalização.

Flagrante – Auzenir Caetano disse que há algum tempo a Gerência do Trabalho já tinha recebido denúncia sobre o serviço. Entretanto, ainda não havia chegado aos locais de tapa-buraco, para constatar a irregularidade.

Nesta segunda-feira, no entanto, o caminhão transportando a massa asfáltica e os trabalhadores passou em frente à Gerência de Trabalho e uma auditora foi atrás, na Rua Ponta Porã. Além de fotografar as condições de transporte, a auditora constatou a falta de sinalização no local onde o tapa-buraco estava sendo feito, bem como as demais irregularidades.

Em local de tapa-buraco também não existia fiscalização, segundo o Ministério do Trabalho (Foto: Divulgação)
Em local de tapa-buraco também não existia fiscalização, segundo o Ministério do Trabalho (Foto: Divulgação)
Nos siga no Google Notícias