Professora ativista é impedida pela Justiça de fazer palestra em Dourados
A Justiça proibiu a professora Camila Jourdan, doutora em Filosofia e coordenadora de pós-graduação na UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), de viajar para realizar uma palestra que aconteceria na sexta-feira (05), em evento da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados).
A docente disse por meio de uma publicação no Facebook que o impedimento ocorreu, segundo a justiça, porque “a atividade de dar palestras não é essencial ao exercício de sua atividade profissional”. "Como assim?", questionou.
Durante a Copa do Mundo no Brasil, ela foi presa juntamente com outros ativistas por protestos contra gastos do Governo com o evento da Fifa, ficando conhecida como a “Professora Black-Bloc”.
A palestra de Camila ocorreria no âmbito do IV Encontro de Integração: Dias de História, da UFGD, com o tema “Jornadas de Junho, Perseguições Políticas e Anarquismo Hoje", o qual ela relataria as experiências que teve ao longo de sua carreira acadêmica e de suas ações como ativista, incluindo todo o processo que acarretou em sua prisão. Ela conseguiu liberdade por meio de habeas corpus.
Ela alega estar sendo alvo de censura. “Mais um absurdo sem precedentes. Acabo de ser censurada. [...] O que a sociedade tem a dizer sobre isso? Esta censura precisa ser denunciada! Peço a todxs (sic) que denunciem isso em todos os meios que tiverem acesso. Querem nos calar!”.
Confira o post na íntegra - Mais um absurdo sem precedentes. Acabo de ser censurada. O juíz responsável pelo caso indefiriu meu pedido de ir a Dourados-MS, dar uma palestra no IV Encontro de Integração: Dias de História, na UFGD. A justificativa do magistrado é que a atividade de dar palestras não é essencial ao exercício da minha atividade profissional. Como assim?!? Eu sou uma professora universitária, o programa de pós-graduação em Filosofia da UERJ é avaliado inclusive levando em conta minha produtividade acadêmica.
Acho que o magistrado está muito mal informado sobre o que é essencial ao exercício da minha profissão. Além disso, houve financiamento público para possibilitar minha ida, a decisão do juíz, dois dias antes da palestra, com hospedagem paga, passagem, refeições, gera prejuízo ao dinheiro público. O que a sociedade tem a dizer sobre isso? Esta censura precisa ser denunciada! Peço a todxs que denunciem isso em todos os meios que tiverem acesso. Querem nos calar! As passagens de ida e volta foram apresentadas na solicitação, não havia qualquer justificativa plausível para que minha ida fosse negada.