ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 27º

Interior

Projeto inédito da Justiça vai atender aldeias indígenas de Amambai

Marta Ferreira | 30/11/2011 16:02

Projeto lançado hoje em Amambai, município que tem mais de 30% da população de 34 mil moradores formada por índios, vai levar aos moradores das aldeias a Justiça Restaurativa. O objetivo, conforme o Tribunal de Justiça divulgou, é reparar danos e recuperar, com o envolvimento da própria comunidade, jovens autores de atos infracionais;

O lançamento foi hoje de manhã na Câmara Municipal de Amambai. A proposta, conforme o Tribunal, é inédita em no País.

O treinamento das pessoas que vão atuar no projeto começaria hoje mesmo. "Vamos começar a trabalhar imediatamente, com a capacitação de agentes de saúde, professores indígenas, enfim, pessoas que moram e trabalham nas aldeias e vivenciam no dia a dia os problemas gerados pelo consumo de álcool e de drogas pelos adolescentes indígenas", explicou o juiz responsável Thiago Tanaka.

Na semana passada, o juiz se reuniu com lideranças das aldeias Amambai, Limão Verde, Jaguary e Taquapery, para uma apresentação prévia do projeto. O magistrado pretende estender a proposta para a aldeia Taquapery, em Coronel Sapucaia.

"Muitas pessoas nos procuraram para participar do projeto. São pessoas interessadas e preocupadas com a realidade dos jovens. Teremos 15 pessoas atuando nas três aldeias, das quais já temos um panorama sobre as razões que levam os jovens a praticar os atos infracionais. O maior problema ainda é a incidência do álcool, embora a droga esteja presente nas aldeias, onde já existe até boca-de-fumo", acrescentou o juiz.

Tanaka ressaltou que as lideranças indígenas mostraram-se otimistas com o projeto e declararam apoio à sua implantação, embora todos reconheçam que os resultados não serão imediatos, mas poderão ser sentidos em médio prazo.

"A comunidade está descrente porque acredita que a justiça não chega até as aldeias. Nossa proposta é, além de restaurar a juventude indígena tratando os males que a aflige, chamar a comunidade a assumir seu papel. Uma comunidade unida será forte e se estiver enfraquecida permanecerá desacreditada. Queremos recuperar os jovens e vamos conseguir. Além dos profissionais que atuarão no projeto, temos a parceria do Ministério Público, da Defensoria e da Procuradoria da Funai", conclui.

Nos siga no Google Notícias