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Interior

Promotor critica ausência do TSE em eleição e apura suspeita de aliciamento

Dois veículos que teriam sido usados para transporte de eleitores foram flagrados em local de votação; eleição de conselheiros teve participação recorde na segunda maior cidade de MS

Helio de Freitas, de Dourados | 05/10/2015 10:15
Eleitores aguardam na fila para votação na eleição do Conselho Tutelar de Dourados (Foto: Eliel Oliveira)
Eleitores aguardam na fila para votação na eleição do Conselho Tutelar de Dourados (Foto: Eliel Oliveira)

A eleição dos cinco conselheiros tutelares de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, pode ser alvo de investigação do MPE (Ministério Público Estadual). Existem suspeitas de aliciamento de eleitores levados até o local de votação, boca de urna e até de fornecimento de combustíveis. Um ônibus e uma Kombi foram flagrados em frente ao local de votação, numa escola da área central.

A presença da população na eleição também foi recorde na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul. Pelo menos sete mil pessoas passaram pela Escola Estadual Presidente Vargas durante o dia e muita gente saiu reclamando que não conseguiu votar por desistir de ficar na fila.

Foram 20 candidatos disputando as cinco vagas. Assim como ocorre em toda eleição, muitos postulantes ao cargo tinham como padrinhos políticos deputados e vereadores da cidade, que aproveitaram a eleição para medir forças.

O promotor da Infância e Adolescência, Eteocles Brito Mendonça Dias Junior, informou ao Campo Grande News que analisa a suspeita de irregularidades e se encontrar indícios de aliciamento de eleitores por parte dos candidatos ou de envolvimento de servidores públicos nos atos poderá instaurar ação por improbidade administrativa, uma vez que os atos não são considerados crime, diferente do que acontece numa eleição tradicional.

Faltou organização –“A organização não estava preparada para esse público recorde e deixou a desejar na parte da logística. Deveria ter feito a votação em duas escolas e ter um cuidado maior na ordem alfabética dos eleitores”, afirmou o promotor. A eleição foi organizada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e pela Secretaria de Assistência Social do município.

Entretanto, segundo Eteocles Dias Junior, o que pesou mais foi o abandono por parte da Justiça Eleitoral: “O TSE tinha que ter ajudado mais, se sensibilizado e não cobrar uma fortuna dos municípios para disponibilizar a urna eletrônica. Agora nos resta assimilar a lição para a próxima eleição. Mesmo não se igualando, a eleição para Conselho Tutelar se aproxima muito de uma eleição para prefeito, vereador, governador”.

Conselho explica – O presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Josimar Nunes dos Santos, disse que o tumulto no local de votação ocorreu porque ninguém esperava um número tão grande de participantes.

“Em Dourados ocorreu o mesmo problema que em Campo Grande e em outras cidades que realizaram a eleição ontem. Acredito que houve maior divulgação, por isso as pessoas participara mais”, afirmou ele, que também criticou a ausência da Justiça Eleitoral. “Eles [Justiça Eleitoral] têm experiência em organizar eleição e isso fez falta”.

Conselheiros eleitos – De acordo com Josimar dos Santos, a apuração dos votos terminou ontem à noite. Foram eleitos Pastora Maria de Lurdes, a Lurdinha, com 585 votos, Lucielen Leite com 414, Vanilza Martins com 379, Alicemar Lima Rocha com 377 e Alisson Leonardo dias, com 359 votos.

A posse dos eleitos está marcada para 10 de janeiro e o mandato é de quatro anos. O salário do conselheiro tutelar em Dourados chega a R$ 3.500 com adicional noturno.

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