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Interior

Rombo de antecessores favoreceu último lugar em estudo, diz prefeito

Ricardo Campos Jr. | 29/07/2016 18:03
Prefeito de Sete Quedas discursa durante entrega de obras da cidade (Foto: divulgação / Prefeitura de Sete Quedas)
Prefeito de Sete Quedas discursa durante entrega de obras da cidade (Foto: divulgação / Prefeitura de Sete Quedas)

Com 10.832 habitantes e localizada a 471 quilômetros de Campo Grande, a cidade de Sete Quedas teve a pior classificação no IFGF (Índice Firjam de Gestão Fiscal). O prefeito do município, José Gomes Goulart (PMDB) atribui o resultado ao rombo deixado pela gestão anterior, que segundo ele chegou a ficar sete anos sem pagar água e luz dos prédios públicos.

“Parcelei e já paguei boa parte do parcelamento. Outra coisa que o prefeito anterior deixou foram precatórios pagos ao longo desses três anos e rescições e acertos de funcionários que ultrapassam R$ 1,5 milhão”, afirma.

A pesquisa é coordenada pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) e leva em consideração indicadores de receita própria, gastos com pessoal, investimentos em relação à receita corrente líquida, custo da dívida e liquidez (que verifica se as cidades deixam em caixa recursos suficientes para honrar seus compromissos).

Diante desses fatores, o resultado é um número de zero a um. Sete Quedas tirou 0,2556, tendo tirado zero em gastos com pessoal e liquidez.

“O município arrecada muito pouco, em média R$ 1,3 milhão. A cidade é pequena para um montante muito grande de dívidas. Só a minha folha era R$ 1,5 milhão que eu consegui baixar e hoje ocupa 54% da receita”, afirma lembrando que o teto da Lei de Responsabilidade Fiscal é 60%.

Também é um grande empecilho o fato de o município ficar na fronteira seca com o Paraguai. É comum os moradores do país vizinho irem até Sete Quedas principalmente em busca de serviços de saúde.

Goulart afirma que sobra pouca verba para investir em grandes obras na cidade. “Estou acertando, estou pagando. Eu faria muito mais se eu não tivesse pagado essas contas”, afirma. O carro-chefe da gestão dele é a ampliação do hospital municipal e quatro frentes de pavimentação na cidade.

“Não vou disputar a reeleição. Decidi essa semana. É muito desgastante. Arrecadação é complicada e o Brasil está passando por um momento difícil. Não vejo mudança”, pontua.

Resultado do Índice Firjan
Resultado do Índice Firjan

Pesquisa – De modo geral, 81,2% de 69 prefeituras de Mato Grosso do Sul têm situação fiscal difícil ou crítica, ou seja, seus administradores geriram mal os recursos públicos. Nem todos os municípios foram analisados, porque alguns deles não tinham seus balanços anuais disponíveis para consulta ou estavam com as informações inconsistentes até o dia 12 de julho, quando os dados foram tabulados.

Campo Grande ocupou o 39º lugar no ranking estadual, tendo registrado nota zero no quesito liquidez por ter terminado 2015 com mais restos a pagar do que recursos em caixa, tendo o índice recuado 29% frente a 2014.

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