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Interior

Ruralista questiona: "Por que terras de traficantes não vão para índios?"

Jéssica Benitez | 14/06/2013 16:24

Mal foi cogitada pelo Governo Federal e a hipótese do uso de terras confiscadas de traficantes para indenizar produtores rurais que tiveram suas fazendas demarcadas como área indígena já está sendo contestada por ruralistas. O presidente da Acrissul (Associação de Criadores de Mato Grosso do sul), Francisco Maia, questionou a medida.

“Estão pensando em indenizar os produtores com terras apreendidas do tráfico, mas tem que ver isso. Por que essas terras não vão para os índios? Como a terra é da União é só demarcar como indígena”, avaliou. De qualquer forma, ele considera positivo o fato de o governo “estar se mexendo”. “Antes tarde do que nunca”, disse.

Manifestação – Na manhã desta sexta-feira produtores oriundos de 30 cidades de três estados diferentes estiveram em Mundo Novo, 476 km de Campo Grande, para realizar manifestação sobre o conflito no campo. O ato contou com 3 mil participantes que fecharam a ponte Ayrton Senna responsável por dar acesso a Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Paraná ao porto de Paranaguá.

“Não adianta o governo liberar milhões para custeio agrícola e não garantir o direito de propriedade aos produtores rurais”, observou Maia. O próximo passo é acompanhar o Congresso Nacional, em especial à votação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 215, que retira o poder da Funai e do Poder Executivo de promover a demarcação das reservas no país.

“Queremos estar presente em Brasília quando a votação for ocorrer”, adiantou. Além disso, fazendeiros sul-mato-grossenses esperam ação por parte do Governo do Estado, mas agora é esperar um pouco e ver qual será a orientação da frente parlamentar do agronegócio.

Área do tráfico – A utilização de terras confiscadas do tráfico para pagar aos fazendeiros, por enquanto, é apenas uma opção. Conforme a Agência Brasil, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, informou que o governo ainda não dispõe de um levantamento sobre tais áreas.

“Há uma série de propostas. Nós vamos pegar todas as áreas em conflito em Mato Grosso do Sul e pensar como cada uma pode ser equacionada. Talvez não seja possível uma equação uniforme para todos os conflitos no estado”, disse.

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