ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 21º

Interior

Sem Famasul, ato ruralista reúne 400 pessoas e acusa Dilma de iludir povo

Protesto organizado pela Frente Nacional do Brasil ocorreu neste domingo no Sindicato Rural e terminou com a “Carta de Dourados”

Helio de Freitas, de Dourados | 22/03/2015 14:46
Produtores rurais durante encontro realizado neste domingo no Sindicato Rural de Dourados (Foto: Eliel Oliveira)
Produtores rurais durante encontro realizado neste domingo no Sindicato Rural de Dourados (Foto: Eliel Oliveira)

Pelo menos 400 pessoas, segundo a organização, participaram neste domingo, no Sindicato Rural de Dourados, a 233 km de Campo Grande, do ato promovido pela Frente Nacional do Brasil para protestar contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Esse foi o quarto encontro realizado pela entidade ligada à UDR (União Democrática Ruralista) e terminou com a elaboração da “Carta de Dourados”, que será encaminhada ao Palácio do Planalto, ao Congresso Nacional e ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Além de produtores rurais, foram ao Sindicato Rural alguns empresários liderados pela Associação Comercial e Empresarial de Dourados e profissionais de outras áreas do setor produtivo.

Apesar de ter o sindicato douradense como um dos organizadores, o evento não contou com a presença de representantes da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) e a ausência causou desconforto. Luiz Antônio Nabhan Garcia, presidente da UDR e um dos coordenadores da Frente Nacional, afirmou em seu discurso que o vice-presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul estava presente enquanto a Famasul não havia mandado nenhum representante. Ele foi aplaudido nesse momento.

O representante gaúcho presente no ato era o presidente do Sindicato Rural de São Gabriel (RS), Tarso Teixeira, onde ocorreu o terceiro encontro promovido pela Frente Nacional do Brasil, no dia 2 de fevereiro deste ano. Também vieram a Dourados líderes ruralistas de Santa Catarina, um representante do Paraná e outro de Araçatuba (SP), além de produtores de cidades da região de Dourados. O anfitrião foi o presidente do Sindicato Rural de Dourados, Lúcio Damalia.

O Campo Grande News procurou a assessoria da Famasul para saber o motivo da ausência de um representante da entidade no ato. A assessora informou que o presidente da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), Maurício Saito, tinha informado que representaria a federação no encontro, mas sua presença não foi citada pelo cerimonial.

“Desgoverno” – O presidente da UDR, Luiz Antônio Nabhan Garcia, afirmou que o próximo passo é realizar em Brasília um protesto com representantes de todos os estados brasileiros. Ele disse que o atual “desgoverno” brasileiro está prejudicando o desenvolvimento do país e que é preciso uma grande mobilização para garantir um futuro melhor às futuras gerações. A classe ruralista protesta contra os escândalos de corrupção, pacote econômico do Ministério da Fazenda e a falta de qualidade dos serviços públicos.

Realizado no tattersal do Sindicato Rural, onde ocorrem os leilões durante a feira agropecuária da cidade, o encontro de produtores foi encerrado com um almoço.

Carta de Dourados – Nas quatro páginas da “Carta de Dourados”, a Frente Produtiva do Brasil acusa a presidente Dilma de conquistar a reeleição “valendo-se da ilusão do povo, que se deixou levar pelas promessas eleitorais, as quais além de não cumpridas, foram contrariadas pela conduta da presidente”.

Afirmando ser formada por homens e mulheres do bem, “cidadãos brasileiros que ocupam os mais diversos setores da sociedade”, a Frente manifesta repúdio contra a corrupção na Petrobras, contra o ajuste fiscal – neste trecho o movimento acusa o governo de quebrar o Brasil e de transferir a conta aos brasileiros – contra a fragilização das instituições, contra a dificuldade do setor produtivo em obter recursos públicos e pela defesa do direito de propriedade.

“As políticas públicas empregadas pelo partido que se instalou no poder vêm vilipendiando o mais rígido e principal pilar de sustentação do Estado Democrático de Direito, que é o direito de propriedade. As políticas do governo não só defende a relativização do direito de propriedade como também luta pelo seu fim, admitindo, incentivando e financiando a invasão de propriedade privada”, afirma a carta.

Lula – A Frente Nacional afirma que a sociedade brasileira ficou “perplexa e indignada” com declarações recentes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, “convocando o líder de uma organização criminosa, mantida pelo próprio poder público [a carta não cita, mas trata-se do MST], para colocar seu ‘exército na rua’ contra as manifestações pacíficas da sociedade brasileira, inclusive arregimentado movimentos similares e paramilitares em toda a América Latina”. O movimento ruralista encerra a carta pedindo que a estratégia fosse denunciada e os responsáveis processados por apologia ao crime.

Nos siga no Google Notícias