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Interior

Sem incidentes, PM conclui despejo e famílias voltam para beira de estrada

Tropa de choque cumpriu nesta quinta-feira a reintegração de posse da fazenda Bordon, determinada em abril pela Justiça estadual

Helio de Freitas, de Dourados | 14/07/2016 13:29
Famílias sem-terra foram despejadas hoje (Foto: Leandro Medina/Correio do MS)
Famílias sem-terra foram despejadas hoje (Foto: Leandro Medina/Correio do MS)

A tropa de choque da Polícia Militar concluiu por volta de 11h desta quinta-feira (14) o despejo das 320 famílias de trabalhadores sem-terra que ocupavam desde dezembro de 2015 a fazenda Bordon, no município de Nova Alvorada do Sul, a 120 km de Campo Grande. Os sem-terra voltaram para a beira da BR-163.

Pelo menos 100 policiais militares, equipes da PRF (Polícia Rodoviária Federal), do Corpo de Bombeiros e até do Conselho Tutelar foram mobilizados para cumprir a determinação judicial, expedida em abril deste ano pelo juízo da comarca de Nova Alvorada do Sul.

A reintegração foi cumprida sem incidentes, segundo o coronel Marcos Paulo, que comandou a operação. Caminhões de frete levados ao local foram usados para carregar móveis, utensílios, madeira e lonas dos barracos.

Segundo a polícia, a determinação judicial era para uso de força se fosse possível para cumprir o despejo, mas não teve necessidade, já que os cem trabalhadores rurais que estavam no local concordaram em desmontar o acampamento e deixar a área.

Outra área na mira – Um dos trabalhadores sem-terra, que não se identificou, disse que o líder do grupo já está organizando a ocupação de outra fazenda na região. Os sem-terra reivindicam a desapropriação da Bordon alegando que a propriedade pertence a um grupo que deve R$ 120 milhões à União.

Outro trabalhador disse que estava muito “triste” e “surpreso” com o despejo, porque tinha recebido a informação que a fazenda foi comprada pelo incra e seria loteada.

Movimentos – Localizada na altura km 394 da BR-163, a fazenda fica a 30 km da cidade de Nova Alvorada do Sul. As famílias que reivindicam a desapropriação são ligadas ao MAF (Movimento de Agricultura Familiar), MAC (Movimento de Agricultura Camponesa) e FNL (Força Nacional de Luta).

O MSTB (Movimento Sem Terra Brasileiro), que também fazia parte da aliança para ocupar a área, deixou o acampamento em maio, segundo um dos líderes do movimento no Estado informou hoje à reportagem.

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