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Interior

Superintendente do HU confirma cortes e cobra mais dinheiro do município

Segundo Mariana Croda, medidas incluem demissão de oito médicos, que estão fora do hospital a partir desta sexta-feira

Helio de Freitas, de Dourados | 30/06/2016 15:19
Mariana Croda, superintendente do HU, disse que cortes fazem parte de plano de contingenciamento (Foto: Divulgação)
Mariana Croda, superintendente do HU, disse que cortes fazem parte de plano de contingenciamento (Foto: Divulgação)

A demissão de oito médicos a partir desta sexta-feira (1º) no HU (Hospital Universitário) de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, faz parte de uma série de medidas de contingenciamento interno adotada pela administração para evitar o colapso nos serviços essenciais. O hospital atende pacientes de pelo menos 30 municípios da região sul.

“Estamos adotando enxugamento dos contratos com empresas de mão-de-obra terceirizada, diminuição nos valores de empenhos (menos compras e de forma controlada e planejada) e redução de desperdícios (insumos e outros itens, como gases medicinais). Além disso, está em curso um grande planejamento de contingenciamento de despesas e economia para todos os setores do hospital”, afirmou a superintendente do HU, Mariana Croda.

Ao Campo Grande News, a médica disse, através da assessoria, que apenas procedimentos cirúrgicos e ambulatoriais de cabeça e pescoço deixarão de ser oferecidos à população momentaneamente com a demissão dos médicos, porque o hospital não é contratado para esse tipo de atendimento.

“Em breve esses procedimentos serão retomados por meio de parceria com a Secretaria Municipal de Saúde. Os procedimentos referentes à neurocirurgia pediátrica continuarão ocorrendo no Hospital da Vida e o HU dará todo o suporte necessário”, explicou ela.

Cortes e dívida – Mariana Croda disse que o endividamento do hospital, que é ligado à UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), deve-se principalmente aos cortes no repasse, adotados pelo município. “Até maio de 2016, em repasses, o município deixou de encaminhar R$ 851 mil ao HU referentes às parcelas municipal e estadual que cabem ao hospital”.

Segundo ela, para o hospital voltar a organizar suas finanças é necessário que haja a recomposição dos valores “cortados unilateralmente” pelo município.

“De R$ 3,3 milhões que deveriam ser pagos mensalmente de acordo com o contrato firmado entre HU e Prefeitura de Dourados, o município vem pagando apenas R$ 2,5 milhões e até menos, justificando o corte de R$ 800 mil como custeio de dívidas referentes a contrato anterior, situação indevida, pois prejudica a execução do contrato atual”, declarou a superintendente, que apontou também a necessidade de retomada das convocações de servidores aprovados no concurso nacional da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares).

Apesar de reclamar dos cortes feitos pelo município, Mariana Croda disse que o HU não recorreu à Justiça para receber o dinheiro. “Estamos aguardando as medidas administrativas do município, que busca uma maneira legal de realizar os repasses, já que não temos contrato vigente”.

Gestão plena – Mariana Croda disse que o HU está “solidário” à decisão do município de Dourados de renunciar à gestão plena de saúde e repassar para a União e para o Estado a responsabilidade pelos serviços de média e alta complexidade. A renúncia deve ser comunicada ao Ministério da Saúde em julho.

“É compreensível que, pelo momento de subfinanciamento pelo qual está passando a saúde pública, sejam tomadas todas as medidas possíveis para manter o funcionamento dos serviços e para que a população não fique desassistida. O HU-UFGD está solidário à situação do município e vem tentando manter da mesma forma as metas contratuais e, também, busca recursos nas esferas estaduais e federais para financiamento”, afirmou a superintendente.

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