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Interior

Três anos após ser reaberto, processo da Campina Verde tem novas audiências

Caso ficou conhecido após empresários de Dourados serem presos pela Polícia Federal por sonegação; processo por falsidade ideológica foi retomado em 2013; um dos réus foi morto em 2011

Helio de Freitas, de Dourados | 08/11/2016 09:08
Empresário Elzevir Padoim, um dos réus do caso Campina Verde, foi executado por pistoleiros em 2011 (Foto: Arquivo)
Empresário Elzevir Padoim, um dos réus do caso Campina Verde, foi executado por pistoleiros em 2011 (Foto: Arquivo)

Um dos maiores escândalos policiais dos últimos 20 anos em Mato Grosso do Sul, o caso “Campina Verde”, ganhou novos capítulos nesta semana em Dourados, a 233 km de Campo Grande. O caso envolve vários empresários douradenses, acusados de participarem de um milionário esquema de sonegação de impostos que seria liderado pelos empresários Nilton Rocha Filho, Nilton Fernando Rocha e Aurélio Rocha, donos da cerealista Campina Verde.

As ações contra os Rocha e outros empresários locais, que chegaram a ser presos pela Polícia Federal em 2005, foi trancado pela Justiça após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), mas foi reaberto em 2013 a pedido do Ministério Público Estadual, que insistiu na denúncia por falsidade ideológica.

Desde ontem (7), testemunhas arroladas pela defesa dos empresários estão sendo ouvidas na 2ª Vara Criminal de Dourados. Os depoimentos terminam nesta terça-feira. Testemunhas de acusação que estão em outros estados serão ouvidas por carta precatória.

Além dos Rocha, são réus nessa ação os contabilistas Paulo Roberto Campione e Milton Carlos Luna, acusados de ajudar na criação de empresas “laranjas” usadas na sonegação de impostos, e outras oito pessoas.

Escândalo e morte – Um dos réus do caso, o empresário Elzevir Padoim, 60 anos, foi executado por pistoleiros em abril de 2011, quando chegava em sua casa num bairro de classe alta de Dourados.

Na época, o juiz federal Odilon de Oliveira informou que o empresário chegou a ser ouvido no processo, mas não tinha sido julgado. Padoim era acusado de ser “laranja” do esquema. Assim como os demais réus, foi denunciado por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, enriquecimento ilícito e organização criminosa.

O esquema – A denúncia contra os acusados do caso Campina Verde foi apresentada em 2008 por dois promotores de Justiça do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e pelo promotor de Justiça da comarca de Dourados Amílcar Araújo Carneiro Júnior.

Conforme a denúncia, a "Família Rocha" criou e fez uso de empresas fantasmas, também chamadas de satélites, com o objetivo de maquiar as transações de vendas de grãos que, na verdade, eram da Campina Verde.

Em parte das operações, a empresa aparecia como armazenadora dos grãos, mas na verdade realizava a compra de grãos que oficialmente aparecia como sendo das empresas "satélites".

Um escritório de contabilidade seria o responsável pelo trabalho para enganar o Fisco, segundo a denúncia. O uso das empresas de fachada era para não pagar os tributos. Elas duravam apenas meses e encerravam as atividades sem pagar impostos. Para o MPE, o Grupo Rocha contou com a complacência de funcionários públicos estaduais.

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