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Interior

Três presos de São Gabriel do Oeste serão transferidos hoje para Campo Grande

Luciana Brazil | 15/07/2014 15:34
Presos são mantidos em "jaula" sem banheiro. (Foto:Divulgação/ Sinpol)
Presos são mantidos em "jaula" sem banheiro. (Foto:Divulgação/ Sinpol)

Dois dos cinco presos que ocupam uma espécie de jaula, na delegacia de São Gabriel do Oeste, a 140 quilômetros de Campo Grande, serão transferidos para Campo Grande na tarde de hoje (15), como confirmou o delegado titular Fábio da Silva Magalhães. Três presos ainda não tem destino certo e aguardam a definição da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Prisional). Entre os criminosos, estão dois homicidas, um homem preso por tráfico de drogas e outros dois detidos por furto qualificado.

Os detentos estavam em uma cela sem banheiro, em um espaço pequeno, como denunciou na manhã de ontem (14) o presidente do Sinpol (Sindicato Dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), Alexandre Barbosa.

Segundo Magalhães, a situação na delegacia se repete desde que o presídio de Coxim, a 260 quilômetros de Campo Grande, para onde os presos de São Gabriel do Oeste eram levados, interditou a ida dos detentos para o município, por causa da falta de vagas.

“Antes era imediato. Bastava comunicar o juiz da comarca de Coxim e providenciar a escolta. Depois que eles interditaram o presídio para receber presos de outras comarcas, a situação ficou assim”, explica o delegado que nem chegou a vivenciar os tempos fácies, já que assumiu a delegacia há aproximadamente dois meses, pouco depois da mudança.

O delegado ainda espera receber as outras três vagas solicitadas à Agepen para encaminhar os três presos que ainda permanecem na “jaula” de São Gabriel, como classificou o presidente do Sinpol.

Magalhães explica que a falta de vagas no sistema prisional é o estopim para o flagrante que aconteceu em São Gabriel do Oeste. Mas ele garante que não é a primeira vez que presos ficam por vários dias na cela, que deveria ser estritamente temporária. “Só posso resolver isso se parar de trabalhar, se disser não vou mais prender ninguém. Delegacia não é local de presos. É um local temporário”, disse.

O cenário caótico se repete, conforme o delegado, em várias outras delegacias. “Não existem vagas. Isso acontece em vários outros lugares".

Hoje pela manhã, uma nova denúncia, de que uma cela com banheiro estaria sendo usada como depósito, também surgiu, mas foi desmentida pelo delegado titular. Ele explica que existe apenas um quarto, mas que não pode ser usado como cela, já que precisa ser adequado para manter os presos que não seja fácil fugir.

Um arquiteto da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) já esteve hoje pela manhã na delegacia para verificar quais serão as melhores mudanças no prédio, afirmou Fábio. “Ele analisou se o melhor será construir um banheiro na cela e aumentá-la ou se o ideal será modificar o quarto”.

A informação inicial era de que alguns dos presos estivessem na delegacia há 20 dias, mas o delegado desmente a informação. “Eu estava de férias, mas sei que, com exceção de um preso, todos foram detidos na semana passada. Um deles é que estava há mais tempo porque aguardava decisão da justiça”. Os ofícios foram feitos de forma imediata, esclarece. 

Presídios- De acordo com a Sejusp, três novos presídios, que serão construídos na Gameleira, região sul de Campo Grande, serão entregues até 2015. Dois - um masculino com capacidade para 603 presos, e um feminino construído para 407 detentas - já estão em fase de construção. O terceiro, também masculino, para 603 internos, passa por licitações.

O investimento total é de mais R$ 32,9 milhões com recursos da União, por meio do Ministério da Justiça, com contrapartida do Estado. Com isso, serão abertas 1.613 novas vagas. Os presídios, todos de segurança máxima, custarão aos cofres públicos do Estado R$ 980 mil por mês.

Feminino- 407 vagas. O custo total será de R$ 14 milhões investidos em uma área de 6,249 metros quadrados, incluindo creche e berçário. (fase de construção).

Masculino- 603 vagas. Serão gastos R$ 18,9 milhões para construir em uma área de 5,753 metros quadrados. (fase de construção).

Masculino- Neste último, ainda em fase de licitação, serão gastos R$ 19,4 milhões e a capacidade será para 603 presos.

Ainda conforme a Secretaria, em 2007 eram 4.216 vagas. Com algumas ampliações, em 2014, esse número subirá para 8,5 mil.

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