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Interior

Vereador e esposa são denunciados por dar veneno para suicídio em protesto

Ângela Kempfer | 08/07/2011 14:13

O MPF (Ministério Público Federal) apresentou denúncia contra o vereador Dirceu Longhi e ex-administradora da Fundação do Índio em Ponta Porã, Arlete Pereira de Souza, por invasão da Funai em Dourados. O órgão considerou que os dois, que são casados, planejaram, organizaram, financiaram e deram "apoio logístico a crimes com fins eleitoreiros".

Também são alvo da denúncia criminal os índios Chatalin Benites, Isael Alves, Sílvio Iturve, Araldo Veron e Dirce Veron, por formação de quadrilha, sequestro, cárcere privado e destruição de patrimônio da União.

O MPF também pediu a Câmara de Dourados a análise de eventual quebra de decoro pelo vereador.

O vereador e a esposa são acusados de serem os cabeças de manifestação de indígenas em frente à sede da Funai em Dourados em 2009, que durou mais de 3 meses. No dia 17 de dezembro houve, inclusive, a invasão do prédio, com 20 servidores públicos, policiais federais, vigilantes contratados e um jornalista feitos reféns do grupo.

"Os indígenas, liderados por Dirce Veron e armados com lanças, flechas e pedaços de madeira com pregos fincados, mantiveram os reféns no interior do prédio por aproximadamente duas horas e meia, agindo com extremo terror psicológico, batendo nas mesas e no chão do prédio, enquanto dançavam e cantavam, a fim de atemorizar as vítimas", lembra o MPF.

O vereador ainda forneceu alimentação e chips de celulares para a comunicação com os líderes do movimento.

O objetivo seria a destituição da administradora da Funai, Margarida Nicolleti. "O transporte das aldeias até o local, as lonas das barracas e a alimentação eram providenciados pelo casal. O plano era que Arlete deveria ser nomeada para o cargo e usaria a estrutura da Fundação na campanha de seu marido a deputado estadual", revelou a investigação.

O Ministério Público detalha que até a tinta para pintura de guerra dos índios guarani foi fornecida pelo casal, assim como veneno e corda para um suposto suicídio coletivo e cadeado para impedir o acesso externo ao prédio.

Segundo o órgão, para não serem denunciados, "Dirceu e Arlete pagaram regularmente valores entre R$300,00 e R$700,00 aos indígenas, para que não os denunciassem. O pagamento estendeu-se até julho de 2010".

O MPF ainda ressalta que não foi o único episódio de uso da máquina pública com fins eleitoreiros. Arlete foi flagrada distribuindo cestas básicas nas comunidades indígenas em troca de favores eleitorais e foi detida dirigindo o veículo de campanha de Dirceu, então candidato a deputado estadual, lotado de material de campanha, em direção à aldeia Tauqapery. Arlete admitiu, ao promotor de Justiça de Amambai, que “estava indo até a aldeia fazer uma reunião política para fins de apresentar seu esposo como candidato”.

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