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Interior

Vereador se diz inocente, acusa colega e conta sobre “farra das diárias”

Caroline Maldonado | 12/02/2015 07:24
“Se provarem algo que eu devo, pois eu sou inocente nisso tudo”, disse o vereador afastado, Fabiano Duarte (Foto: Kleber Souza/Rio Pardo News)
“Se provarem algo que eu devo, pois eu sou inocente nisso tudo”, disse o vereador afastado, Fabiano Duarte (Foto: Kleber Souza/Rio Pardo News)

Em depoimento à Comissão Processante da Câmara Municipal de Ribas do Rio Pardo, município a 103 quilômetros de Campo Grande, o vereador afastado, Fabiano Duarte, deu detalhes sobre as fraudes, mas garantiu não ter participado do esquema que ficou conhecido como “farra das diárias”, em que os parlamentares inventavam eventos para justificar a retirada de dinheiro.

Segundo o jornal Rio Pardo News, Fabiano disse ainda que foi coagido a votar a favor do arquivamento do processo de cassação da vereadora Lucineide Friosi. Ele acusou dois vereadores veteranos, que não foram afastados pela justiça, Joaquim dos Santos e Adão Coene. Segundo Fabiano, o ex-prefeito e atualmente vereador, Joaquim fez ofertas em dinheiro para tentar se eleger presidente da Câmara. “Pode cobrar quebra do meu sigilo telefônico, ele me chamando para ir a Brasília pra ele ser presidente e eu nunca caí na lábia dele”, disse o vereador afastado.

Já Adão, teria “criado” a situação que culminou no escândalo da “farra das diárias”, segundo Fabiano. Coene teria sido motivado por conta de não ter conseguido emplacar cargos de alto escalão na lista de funcionários do legislativo. “Ele é cheio de tramas e maldades” disse.

O vereador afastado encerrou o depoimento dizendo que quer ser o primeiro a ser cassado, caso sejam comprovadas as acusações contra ele. “Se provarem algo que eu devo, pois eu sou inocente nisso tudo”. Fabiano destacou que continuará na cidade. ““Eu vou continuar morando em Ribas do Rio Pardo, porque eu não escolhi Ribas, Ribas me acolheu, e vai ser aqui que vou encarar todos os problemas da minha vida”, disse.

Estão afastados também outros sete vereadores. São eles, Lucineide Friosi (PSC), Antonino Ângelo da Silva (PSC), Célia Regina Ribeiro (PSDB), Cláudio Roberto Siqueira Lins (PT do B), Diony Erick Lima (PSDC), Fabiano Duarte de Souza (PR), Justino Machado Nogueira (PDT).

A vereadora afastada Célia Pinto, disse que viajou e participou do curso para o qual recebeu dinheiro. Justino Machado Nogueira, também se declarou inocente e disse que acha justo que seja feita investigação. Ambos foram ouvidos na segunda-feira (9).

Esquema– Conforme investigação do MPE (Ministério Público Estadual), que durou cerca de dezmeses, os vereadores faziam saques de dinheiro em um supermercado do município, pagavam pensão alimentícia com dinheiro público, forjavam relatórios de viagens e ensinavam os colegas a seguir com os esquemas fraudulentos.

O MPE fez uma relação de crimes cometidos por cada um dos acusados. O grupo também contratava empresas sem licitação ou por procedimentos licitatórios que não passavam de farsa, para beneficiar empresas de familiares e de amigos dos agentes públicos.

No dia 13 de janeiro foi aberta uma Comissão Processante para investigar o esquema corrupto na Câmara. Em novembro, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) deflagrou a Operação Viajantes que apreendeu documentos na Casa de Leis. A promotoria do município ingressou com uma ação civil publica para investigar os gastos da Câmara. Como não foram condenados pela Justiça, os vereadores ainda possuem os mandatos, mas podem perdê-los se a Comissão Processante cassa-lós.

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