ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 19º

Cidades

Invasão da Funai foi politicagem, diz cacique Terena

Redação | 28/04/2009 18:55

A invasão da sede da administração regional da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Campo Grande, que aconteceu ontem, não passa de uma pressão por parte de um grupo da reserva indígena Buriti para colocar parentes do vereador Percedino Rodrigues (PT de Dois Irmãos do Buriti) no comando do posto da Funai, é o que afirma o cacique da aldeia Água Azul, Ageu Reginaldo.

Ontem, um grupo de cerce de 50 índios invadiu a sede da Fundação pedindo a substituição de Samuel Dias como chefe de posto na reserva Buriti, na ocasião estavam presentes representantes de duas, das nove aldeias que compõem a reserva. Eles indicaram o nome de Vanderli Mamedes.

"Também viemos aqui pedir perdão ao Joãozinho da Silva [administrador em Campo Grande], que foi agredido. Foi uma ação vergonhosa. As coisas se acertam na base do diálogo e do respeito, nos sentimos envergonhados, pois isso suja o nome de toda a nação Terena", pondera o cacique.

Segundo o Reinaldo, toda a manifestação de ontem não passou de uma ação política para que Dias, que é cunhado de Rodrigues e do cacique da aldeia Buriti, Rodrigo Alcântara, tenha um emprego. "Isso começou na campanha do ano passado, e se eles têm um acerto o restante das aldeias não têm nada com isso".

A reserva indígena Buriti é composta por nove aldeias, sendo que sete querem a permanência de Dias no cargo, são elas: Água Azul, Recanto, Barreirinho, Olho D`água Córrego do Meio, Lagoinha e Aldeinha Tereré. As duas aldeias que querem substituí-lo são: a Buriti e a Oliveiras.

Conforme Reinaldo, já foi entregue ao presidente da Funai, Márcio Meira, um documento onde consta o apoio da maioria das aldeias pela permanência de Samuel Dias. "E ele [Meira] já falou que vai respeitar a decisão da maioria".

Questionado sobre a denúncia de que Dias estava envolvido em fraudes e desvio de recursos do órgão federal o cacique respondeu: "isso tudo é intriga. Se tinha alguma coisa errada já foi resolvida. São apenas argumentos para forçar a saída dele".

De acordo com Reinaldo, o atual chefe do posto tem experiência e "currículo" suficientes para exercer bem o cargo que ocupa, ao contrario de Mamedes, que segundo ele, já tentou ser chefe, mas teve seu nome rejeitado pela Funai.

Ponderando sobre os eventos de ontem, os caciques disseram que não poderiam deixar de manifestar solidariedade ao Joãozinho, já que as lideranças têm de ser exemplos de bom senso para as futuras gerações. "Também tínhamos de fazer isso senão daqui uns dias essa minoria vai querer até o cargo de administrador regional".

Joãozinho não quis falar muito sobre o assunto, limitou-se a esclarecer que a decisão sobre o posto da reserva Buriti sairá de Brasília. "Além do que, eu sou administrador substituto meu poder é limitado".

Nos siga no Google Notícias