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Cidades

Invasores tomam casas populares no jardim Noroeste

Redação | 04/07/2010 18:23

Um conjunto de casas populares localizadas no jardim Noroeste foi alvo de confusões na tarde deste domingo. Vários imóveis foram invadidas por famílias, alegando que estavam abandonadas e sem uso. As chaves foram entregues pelo governo do Estado no dia 8 de junho e muitas não haviam sido ocupadas.

Alguns proprietários apareceram para verificar a situação e encontraram famílias dentro dos imóveis. De acordo com testemunhas, em um dos casos o proprietário teria chamado a Polícia para retirar a família da casa. Várias viaturas se deslocaram até lá e levaram o invasor à delegacia.

Cinco boletins de ocorrência foram registrados por conta do impasse, só até o meio da tarde.

Alguns dos invasores disseram que o governo do estado entregou as casas no dia 8 de junho e a Agehab (Agência de Habitação Popular do Estado) especificou que as casas teriam de ser ocupadas em até sete dias.

"Teve um pessoal que veio aqui e reclamou do bairro, dizendo que não iria morar aqui, do lado do presídio", conta Márcia de Jesus Santos, que há cinco dias invadiu uma das casas com seus três filhos.

Apenas seis pessoas com a documentação de posse estão morando no conjunto. Quando foi realizada a entrega das casas, no dia 8 de junho, havia registro de que 107 famílias morariam no local.

Enquanto a reportagem estava no local, um proprietário foi checar sua casa e percebeu que ela tinha sido ocupada. Teve inicio um bate boca e foi chamada a polícia.

A proprietária, Wania Chults da Silva, disse que não recebeu a casa e preparava algumas reformas. Ela não teria aparecido antes por falta de tempo. Após meia hora de espera, sem a polícia ter aparecido, ela foi embora.

Alguns moradores disseram que a Agehab irá até o conjunto amanhã e que teria dito que quem estivesse ocupando as casas seriam cadastrados e poderiam ficar. "Ninguém quer morar aqui. Eu estava no dia da inauguração. O pessoal falava que não iria morar aqui de jeito nenhum. Por que não dão as casas para quem quer, então?", questiona Márcia Bispo Fontoura.

Outros moradores denunciam que existe a venda de casas e que uma só pessoa teria conseguido três casas. "Aparece gente com carrão aqui. De Vectra, Nissan. Essas casas são para pobres", comenta Juliana Mauricio Nascimento, que ocupou uma casa há sete dias.

Com a documentação da casa, Silvana Pedreira contou que viu muitos contemplados desistirem de morar no bairro, que não tem asfalto ou iluminação própria. "A rede elétrica não passou na rua que eu estou. Fico no escuro", reclama. Ela também não entende a dinâmica do sorteio para quem vai ocupar a casa. "Aqui são residências para pobres. E quem veio olhar as casas tinha carrão, um pessoal bem arrumado. Não entendi isso", finalizou.

O Campo Grande News tentou entrar em contato com a Agehab, mas não obteve retorno.

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