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Cidades

Jornalista de MS vai à passeata contra o terror e conta clima em Paris

Flávia Lima e Edivaldo Bitencourt | 08/01/2015 14:30
O jornalista sul-mato-grossense Mário Pinheiro participa de passeata em repúdio ao ato terrorista que chocou Paris. (Foto:Divulgação)
O jornalista sul-mato-grossense Mário Pinheiro participa de passeata em repúdio ao ato terrorista que chocou Paris. (Foto:Divulgação)
Jornalista carrega o cartaz com o símbolo de jornal alvo de ataque (Foto: Reprodução)
Jornalista carrega o cartaz com o símbolo de jornal alvo de ataque (Foto: Reprodução)

O jornalista campo-grandense Mario Pinheiro, 54 anos e residindo há 14 anos em Paris, conversou com o Campo Grande News sobre o clima em que se encontra a capital francesa após o atentado terrorista à redação da revista "Charlie Hebdo" nesta quarta-feira (7) e que deixou 12 mortos, entre eles dois policiais , além de 11 feridos, sendo 4 deles em estado grave. Morando na Capital francesa, onde é assistente de educação, Mário disse, através do Facebook, que o país está chocado e de luto.

“Não se fala em outra coisa na rua”, ressalta. O jornalista disse que hoje pela manhã houve um minuto de silêncio em todos os estabelecimentos públicos em homenagem aos mortos. Apesar do clima de medo que se instalou na cidade, Mário participou ontem à tarde de uma passeata que reuniu mais de 30 mil pessoas na Praça da República, para homenagear os jornalistas mortos no atentado. O ato também foi um repúdio ao islamismo radical e uma forma de mostrar aos radicais que os franceses não irão se curvar a nenhum tipo de terrorismo, segundo conta Mário.

Sobre o atentado, o jornalista contou que foi muito rápido e que os terroristas foram treinados para executar a ação em menos de cinco minutos. “Fiquei sabendo somente pela imprensa, meia hora depois”, relatou. Desde ontem a cidade teve um reforço policial e é possível ver seguranças em todos os bairros e estabelecimentos.

Ainda de acordo com Mário, os dois atiradores já foram identificados e localizados. “A prisão deles é questão de horas”, destacou o sul-mato-grossense. Segundo as agências internacionais, eles são irmãos e foram reconhecidos pelo gerente de um posto de gasolina, que disse que eles viajavam em um carro fortemente armados e roubaram comida e gasolina.

Apesar do clima tenso no país, o jornalista garante que não pensa em retornar ao Brasil. “Acho horrível o que aconteceu, mas estou bem”, afirma. Ele planeja participar de uma nova passeata marcada para acontecer domingo, às 15h 9horário de Brasília) na região central de Paris.

Sobre o semanário, palco do atentado, Mário revela que o jornal tinha uma tiragem de 60 mil exemplares, distribuídos sempre às quartas-feiras. Para a próxima semana a tiragem vai subir para 1 milhão de exmplares.

O atentado  - Dois homens armados entraram no prédio em que fica a redação do semanário, atiraram em um dos funcionários e renderam o outro no segundo andar do prédio, onde acontecia a reunião de pauta dos funcionários da publicação. Lá, atiraram e mataram 12 pessoas.

A revista é alvo da ira de fundamentalistas desde que publicou, em 2011, uma charge do profeta Maomé, mas nunca cedeu diante das ameaças nem alterou sua linha editorial. Mesmo depois de ser alvo de uma bomba incendiária, publicou outra charge de Maomé, em 2012. Nesta quarta-feira pela manhã, satirizava em sua conta no Twitter Abu Bakr al-Baghdadi, o fanático que lidera o grupo Estado Islâmico (EI).

O presidente francês François Hollande condenou a ação dos terroristas e ressaltou que o país não irá se curvar a ações desse tipo.

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