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Cidades

Jovem que matou recém-nascido faz exame psiquiátrico

Redação | 10/03/2008 19:23

A adolecente Valdenice da Silva, de 18 anos, foi levada hoje de Jateí, para Dourados, para ser submetida a exame psiquiátrico. O exame vai definir se ela agiu sob o efeito do que a justiça chama de estado puerperal quando matou o filho recém-nascido, na quinta-feira passada. Valdenice, que está presa sozinha em uma cela da delegacia de Polícia Civil de Jateí, admitiu em depoimento que sufocou a criança com um cobertor. Depois, tentou se livrar do corpo, jogando-o numa vala que serve de lixeira, e pediu ajuda ao pai para colocar fogo no entulho, sem que ele soubesse do que se tratava.

O corpo da criança foi descoberto pela mãe de Valdenice. O crime aconteceu horas após o parto. No depoimento ao delegado Marcelo Renato Alonso, a jovem só admitiu ter matado a criança antes de queimar o corpo após ser confrontada com o resultado do laudo necroscópico. Antes, conforme o policial informou, a adolescente havia dito, em uma conversa informal, que o bebê havia nascido morto e por isso ela tentou se livrar do filho, queimando-o. Inicialmente, havia a suspeita de a criança tivesse sido queimada viva. A família, que vive em uma fazenda de Jateí, desconhecia a gravidez. Valdenice não contou quem é o pai.

O exame psiquiátrico a que Valdenice foi submetida hoje vai definir se, no inquérito policial, ela continuará sendo acusada do crime de infanticídio, modalidade que só pode ser cometida pela mãe sob a influência do estado puerperal e que prevê uma pena menor, de até seis anos de prisão. A linguagem jurídica define esse estado como uma condição psiquica e fisiológica específica do pós-parto, que ocorre somente minutos ou horas após o nascimento de um bebê. Neste caso, a medicina-legal tenta provar se a mãe era física ou psiquicamente normal, durante toda a sua vida, e se a reação que levou a matar a criança ocorreu somente naquele momento, diante de alterações provocadas após o parto.

Caso o psiquiatra nomeado pela justiça entenda que não é o caso de Valdenice, ela pode ser indiciada por homicídio qualificado, crime mais grave, com pena entre 12 e 30 anos. A jovem também responderá por ocultação e destruição de cadáver, por ter colocado fogo no corpo da criança. A pena para esse crime é de até 2 anos de reclusão. Valdenice já voltou para a delegacia.

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