ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  23    CAMPO GRANDE 21º

Cidades

Juiz analisa pedido de anulação de lista da OAB para escolha de desembargador

Marta Ferreira | 29/04/2011 15:33

A polêmica sobre a lista sêxtupla da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para a escolha de um novo desembargador do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) em Mato Grosso do Sul foi parar na Justiça. Após um grupo de advogados ir à presidência do Tribunal dizer que a lista foi definida de forma irregular, uma advogada trabalhista entrou na Justiça Federal pedindo a anulação do processo de escolha.

O mandado de segurança com pedido de liminar foi impetrado no dia 13 de abril. O juiz Ronaldo José da Silva, responsável pelo caso, intimou a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para prestar informações sobre o assunto antes de decidir se concede ou não a ordem judicial liminar e mandou comunicar o TRT de que a lista sêxtupla está sendo questionada judicialmente.

A lista com seis nomes foi definida pela OAB no dia 26 de março, durante votação do Conselho da entidade. Foram definidos, entre 24 inscritos, os nomes dos advogados Nery Sá e Silva de Azambuja, Noely Gonçalves Vieira Woitschach, Hassan Hajj, Marco Antonio Ferreira Castello, Janete Amizo Verbiske e Celso Pereira da Silva.

Questionamentos-Na semana seguinte, um grupo de 10 advogados, entre eles alguns preteridos na votação, procurou a direção do TRT para reclamar do processo, alegando que os nomes já eram conhecidos e os escolhidos foram privilegiados pelo comando da OAB no Estado.

O grupo anunciou que iria ao MPF (Ministério Público Federal) pedindo investigação, mas nenhum encaminhamento neste sentido foi tornado público.

No dia 13 de abril, a advogada trabalhista Hérika Cristina dos Santos Ratto, que não esteve na lista dos candidatos, protocolou a ação pedindo que a lista seja anulada.

No pedido inicial do mandado de segurança, a advogada afirma que o procedimento para a escolha da lista sêxtupla provocou estranheza em vários profissionais que assistiram a sessão de votação.

Um das irregularidades apontadas no processo é a dilação de mais prazo para candidatos comprarem estar dentro dos requisitos exigidos para a disputa da vaga de desembargador. A advogada afirma que pelo menos um candidato só conseguiu entregar a documentação necessária após 10 dias de vencido o prazo e mesmo assim consta da lista.

Processo foi transparente, afirma presidente da OAB/MS.(Foto: João Garrigó)
Processo foi transparente, afirma presidente da OAB/MS.(Foto: João Garrigó)

Resposta-O presidente da OAB em Mato Grosso do Sul, Leonardo Duarte, afirma que o que está havendo é “politização” de um processo que, segundo ele, foi o mais transprante que a entidade já fez no Estado. “Nunca uma votação desse tipo havia sido aberta, como foi neste caso”.

Em resposta à afirmação dos críticos da lista de que a maior parte dos escolhidos tem parentesco com políticos ou com integrantes da OAB, Duarte volta a defender a lisura do processo e diz que um dos conselheiros da ordem, mesmo podendo votar, preferiu abster-se, por que um dos candidatos era seu parente em terceiro grau.

Duarte afirma, ainda, que no dia da votação, “a todos foi dado a oportunidade de impugnar a lista e ninguém fez isso”.

A vaga em questão foi aberta no início do ano, com a aposentadoria do ex-desembargador Abdala Jallad, que completou 70 anos. O Tribunal recebeu a lista e, conforme o rito, deverá escolhar três nomes para serem apreciados pela presidente da República, Dilma Roussef, que deverá escolher o novo desembargador do TRT.

Não há prazo para que isso ocorra. Do lado dos que questionam a lista, corre a informação extra-oficial de que o TRT parou o processo até que haja uma decisão judicial. O presidente da OAB, por sua vez, diz que está tudo normal.

Na assessoria de imprensa do Tribunal, a informação é de que uma decisão sobre o assunto, seja a escolha da listra tríplice, seja uma suspensão do processo para aguardar a Justiça se pronunciar, só vai ser tomada quando todo o colegiado desembargadores se reunir, o que ainda não tem previsão.

Embora a OAB já tenha prestado as informações solicitadas pelo juiz, também não há previsão de quando vai haver uma manifestação dele sobre o pedido de liminar para anular a lista sêxtupla definida pela Ordem dos Advogados.

Nos siga no Google Notícias