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Cidades

Juiz leiloa R$ 3 milhões do tráfico, até BMW comprada por "laranja"

Lidiane Kober | 29/08/2013 16:59
Lance inicial de mansão será de R$ 600 mil
Lance inicial de mansão será de R$ 600 mil

Recordista nacional na recuperação de bens comprados com dinheiro “sujo”, a 3º Vara Criminal da Justiça Federal de Campo Grande, comandada pelo juiz Odilon Oliveira, realiza, nesta sexta-feira (30), a primeira parte de um novo leilão, com bens estimados em R$ 3 milhões. Na lista, figura uma mansão com lago artificial e bar molhado, além de carros de luxo, como uma BMW, comprada no primeiro certame por um “laranja” do antigo dono, o traficante Odacir Antonio Dametto.

A mansão é avaliada em R$ 800 mil e o lance inicial será de R$ 600 mil. O preço da BMW/X6 é estimado em R$ 210 mil, mas o lance partirá de R$ 157,5 mil. “No primeiro leilão, o carro foi comprado por R$ 342 mil”, contou Odilon para destacar que, geralmente, os produtos são adquiridos por valor acima do previsto inicialmente.

Ainda de acordo com o juiz federal, o veículo vai a leilão novamente por ter sido adquirido por um “laranja” do antigo dono, o traficante Odacir Antonio Dametto, que foi encontrado, no ano passado, morto em um motel em Pedro Juan Cavaleiro, no Paraguai. “Ele comprou a BMW à vista e a Justiça verificou se o recurso seria fruto de lavagem de dinheiro, o que realmente aconteceu”, explicou Odilon.

Também será leiloado amanhã outra casa, duas Mercedes Bens, três Toyatas Hillux, duas motocicletas, três caminhões, outros 36 veículos e alguns equipamentos agrícolas. “Os bens são orçados em R$ 3 milhões”, informou Odilon. O recurso, segundo ele, será automaticamente depositado em uma conta bancária para, em 24 horas, constar em conta única do Tesouro Nacional.

Recordista - De acordo com o juiz, Mato Grosso do Sul é recordista na apreensão de bens comprados com dinheiro oriundo de atos ilícitos. “Em quatro anos, repassamos R$ 26 milhões”, disse. “O dinheiro ainda é pouco comparado aos 150 imóveis rurais e 240 urbanos apreendidos”, comentou.

Os imóveis, no entanto, ainda não estão liberados para leilão. “A Justiça penal é lenta e a lei é muito cuidadosa”, justificou Odilon. Ele ainda explicou que a recuperação recorde decorre, principalmente, de o Estado ser corredor de drogas e de a economia girar em torno da produção de grãos. “Lava-se muito dinheiro nesta área”, lamentou.

Serviço - O leilão desta sexta-feira iniciará às 9 horas, na Justiça Federal, na Rua Delegado Carlos Roberto Bastos de Oliveira, número 128, Parque dos Poderes. A segunda etapa está prevista para o dia 10 de setembro. Ambos os certames poderão ser acompanhados pelo site www.leiloesjudiciais.com.br. 

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