"Laranja" da venda de diplomas se apresenta à Decon
Dono "no papel" de três unidades preparatórias da Paulistec incluindo a de filial de Campo Grande, fechada porque vendia diplomas, Renato Machado Santos, se apresentou nesta tarde à Delegacia do Consumidor. Ele chegou acompanhado do advogado da empresa, Thiago Balat.
O dono das empresas, Mauro de Napoli, já foi indiciado.
A versão de Renato é de que ele emprestou o nome para o amigo Mauro, que estava com nome sujo, para poder abrir a empresa.
Ele recebia salário de R$ 1.000 por mês pelo empréstimo, e se apresenta como funcionário da Paulistec mesmo sem detalhar sua função. Santos reside em São Paulo, mesmo local que o dono e o advogado da escola.
A informação inicial da polícia era de que ele seria office boy, mas Renato sequer tem carteira de habilitação.
Mas a polícia ainda acredita que ele é apenas um "laranja", já que Renato demonstra "total desconhecimento do funcionamento da empresa".
Renato não falou com a imprensa. Ele será indiciado por formação de quadrilha e estelionato.
Segundo a polícia, 1259 pessoas obtiveram diplomas por meio da Paulistec em Campo Grande. Por enquanto, a polícia trata essas pessoas como vítimas, porque acredita que algumas agiam de boa-fé, sem ter conhecimento que estavam fazendo parte de um ato criminoso.
Das pessoas que receberam diplomas, 209 procuraram o Procon pedindo ressarcimento e 176 processos foram abertos.
O Procon irá realizar audiências a partir de 26 de junho até 31 de julho, sempre aos sábados, para atender as pessoas que adquiriram o diploma sem validade.
A Paulistec tinha 24 unidades em sete estados.
O advogado Thiago Balat nega que os diplomas sejam falsos, mas admite que Mauro de Napoli é o verdadeiro dono das unidades em nome de Renato.
Ele defende ainda que toda a irregularidade envolvendo a escola, como a aplicação de provas sem orientação de professor, é de cunho administrativo e não penal.
O CPU apreendido na unidade de Campo Grande será submetido a perícia técnica, segundo o delegado Adriano Garcia Geraldo. Pessoas de outros estados ligadas à empresa também serão ouvidas.
O gerente da unidade da Capital, identificado como Milton, é procurado pela Polícia para prestar esclarecimentos sobre o caso.