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Cidades

Laudo sobre a morte de criança deve sair amanhã

Redação | 04/03/2010 14:37

O laudo necroscópico do IML (Instituto Médico Legal) para indicar a causa da morte de Rafaela, de apenas três anos, morta no último domingo (28) com sinais de espancamento, deve sair amanhã, de acordo com a Polícia Civil.

A delegada responsável pelo caso, Regina Mota, da DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) explica que falta apenas o resultado para encerrar o inquérito. "Não há dúvida nenhum de que a criança era agredida", adianta.

Nesta manhã, foi ouvido um inquilino do casal que vivia em um cômodo nos fundos da residência. Ele confirmou a versão contada pela mãe e pelo padrasto da criança para a manhã do crime.

De acordo com a testemunha, ele chegava à casa por volta das 6h quando viu Handerson Cândido Ferreira, de 25 anos, pedindo socorro e dizendo estar desesperado porque a menina havia passado mal e morrido.

O padrasto correu até a padaria e chamou a mãe da menina, Renata Dutra de Oliveira, de 22 anos, que foi com ele à residência. A testemunha afirma que chegou a tocar em Rafaela, que estava caída no chão do banheiro, e viu que ela ainda estava viva quando isso ocorreu.

Depois viu o padrasto pegando um carro particular e levando a menina à Santa Casa, aonde ela já chegou morta.

Violência - Apesar da mãe não estar na casa no momento em que o homem pediu socorro, a Polícia não descarta a hipótese de que ela tenha participado da agressão à menina. Segundo a delegada, há suspeita de que Rafaela tenha sido espancada na madrugada e dormiu em seguida, mas tenha acordado em convulsão.

Em depoimento, o padrasto disse que a menina havia tomado café-da-manhã por volta das 6h e ele mandou que ela lavasse as mãos no banheiro, porque estavam sujas.

Como ela sabia fazer isso sozinha, ele foi deitar-se no quarto. Passados alguns instantes chamou Rafaela, mas ela não respondeu. Quando foi ao banheiro, encontrou a menina caída de costas com a cabeça inclinada para frente. Nas suas roupas havia vestígios de vômito e fezes.

A Polícia ouviu também a avó e a tia paternas da criança, que vivem em São Paulo. Elas procuraram a DPCA para saber da investigação, e contaram em depoimento que já suspeitavam do comportamento de Renata.

A avó, mãe do pai biológico, disse que já estava se organizando para vir à Campo Grande visitar a criança e ver em que condições ela estava, porque havia percebido algo estranho na voz da mãe dela quando falava por telefone.

Ela contou ainda que sempre que queria ver a menina, era impedida pela mãe. A avó revelou que tinha a pretensão de vir para a cidade cuidar da neta.

Caso - Rafaela chegou morta à Santa Casa na manhã de domingo, com sinais de espancamento. A mãe e o padrasto foram presos em seguida.

Além da violência, o caso repercutiu e chocou a sociedade porque duas denúncias dos maus-tratos que a criança sofria foram feitas ao Conselho Tutelar no mês passado, mas ela não foi retirada do convívio do casal.

Com a morte de Rafaela, várias entidades passaram a questionar o atendimento feito na rede de proteção à criança. Em reunião realizada ontem, conselheiras tutelares revelaram que trabalham em condições precárias e têm dificuldade para realizar os atendimentos.

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