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Cidades

Leishmaniose: falta de remédio pode ter causado mortes

Redação | 09/02/2009 16:00

O secretário municipal de Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou nesta tarde que a falta do medicamento anfotericina B lipossomal, distribuído pelo Ministério da Saúde, pode ter colaborado com o aumento do número de mortes por Leishmaniose em 2008, em comparação ao ano anterior.

Dados da Secretaria Estadual de Saúde, publicados em seu site, apontam que no ano passado as mortes por leishmaniose mais que triplicaram em Mato Grosso do Sul. Foram 28 casos, enquanto em 2007 a doença levou oito pessoas à morte.

Das mortes, 14 ocorreram em Campo Grande. Outros municípios com número significativo de mortes são Três Lagoas e Aquidauana (três cada).

Mandetta explica que o medicamento é utilizado nos casos mais graves, ocorridos principalmente entre crianças abaixo de quatro anos e idosos acima dos 60.

"A Leishmaniose visceral é uma doença muito grave, e pessoas dessa faixa etária têm o organismo muito delicado. Como ficamos praticamente seis meses sem ser abastecidos com este medicamento, isso incidiu diretamente no aumento da letalidade", explicou o secretário.

Mandetta afirmou ainda que a falta de medicamentos não foi algo isolado, mas ocorreu em todas as regiões do Brasil. Segundo ele, o Ministério da Saúde é o único organismo do País autorizado para importar a anfotericina B lipossomal. "Mesmo se a gente quisesse importar, não poderia", ressaltou, informando que o abastecimento do medicamento está normalizado e que a tendência é que estes índices caiam em 2009.

De acordo com o secretário, os outros medicamentos disponíveis para tratamento da forma mais grave da Leishmaniose são extremamente tóxicos, causando efeitos colaterais como lesões renais e hepáticas. Por isso a necessidade da distribuição correta e regular da anfotericina B lipossomal, que pode salvar vidas, principalmente de crianças e idosos infectados.

Investigação - Mandetta disse que, a partir da divulgação dos números da Leishmaniose, é iniciado procedimento chamado "Inquérito Epidemiológico", para mapear caso a caso e confirmar os dados.

"Pesquisamos caso a caso, onde a pessoa estava quando contraiu a doença, se ela esteve em alguma fazenda, quando começaram os sintomas, quando chegou a Campo Grande, enfim, fazemos uma investigação completa e individual", esclareceu, informando que este levantamento deve ser concluído entre março e abril.

Mandetta observou que grande parte dos pacientes que procuram tratamento em Campo Grande são oriundos de municípios onde a transmissão é muito intensa. Como exemplo, ele citou as cidades de Anastácio, Bataguassu e Aquidauana.

"Há pacientes se tratando aqui de várias regiões do Estado, porque aqui há vários centros de atenção à doença, e é aqui onde existem os melhores médicos que tratam de doenças infecto-parasitárias", detalhou.

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