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Cidades

Mãe denuncia aos Direitos Humanos abusos de pastor

Redação | 31/10/2009 06:59

Funcionária de uma ONG (Organização Não Governamental), dona de casa e estudante, a mãe do menino que diz ter sofrido abusos sexuais de um pastor, denunciou o caso também ao CCDH (Centro de Defesa dos Direitos Humanos Marçal de Souza).

Ela e o filho relataram ao CCDH os abusos que o garoto de 14 anos alega terem sido praticados pelo pastor de 47 anos. "...me obrigava a fazer o mesmo que mulher faz...", diz trecho do depoimento dele ao CCDH.

Há ainda outros meninos que alegam ter sido vítimas do pastor. A mãe de um outro adolescente de 15 anos também já procurou o CCDH para a denúncia, que já foi feita à Polícia Civil. Um menino de 11 anos também pode ter sido vítima.

A mãe recebeu o Campo Grande News e contou que começou a considerar estranhas as atitudes do pastor quando ela viu e ouviu ele comentar sobre as nádegas do garoto e bater nelas. "Aí, já plantou a sementinha", diz.

Cartas - A dona de casa mostrou duas cartas que o pastor mandou para o menino. Cópias estão com o CCDH e com a Polícia. A mulher só não sabe dizer quando foram enviadas.

As cartas são manuscritas, em folhas de caderno. "... lembre-se que nós nos divertimos muito. Fomos muito felizes juntos e isto nada e ninguém vai apagar...", diz um trecho.

O pastor sempre terminava as cartas afirmando que amava o garoto e se referindo a ele com palavras carinhosas. Segundo ela, o filho disse que também escreveu cartas ao pastor com conteúdo semelhante as da dele.

Depoimento Em depoimento ao CCDH, o menino detalha os abusos sexuais cometidos pelo pastor e diz que ficou com medo. "... eu com apenas 14 anos passei a ficar com medo ...".

O menino fala que os abusos eram cometidos no carro dele e no escritório da igreja e que o homem demonstrou até ter ciúmes dele quando o viu com uma menina.

"...passou a ter ciúmes de mim com os amigos (...) ele me viu com uma menina, me deu uma bronca, disse que eu estava estragando a amizade com ele...", relatou o garoto.

Após detalhar todas os abusos, o garoto finaliza. " ... espero que o pastor seja preso e que seja sem fiança..."

O garoto também disse ao CCDH que o pastor era muito amigo de um morador do Estado de São Paulo que vinha constantemente à Capital. O pastor dizia que amava essa pessoa. "Conheci ele. Achei ele estranho e principalmente porque não ia à igreja", disse a mãe do menino, que agora quer Justiça.

"Quero Justiça. Confio ainda nos homens daqui. Sei que a Justiça não vai deixar ele impune. Se ele ficar, acredito na Justiça de Deus".

O início- A dona de casa diz que começou a freqüentar a igreja em dezembro de 2008 e no início deste ano o pastor se aproximou da família e principalmente do filho mais novo dela. "Achava bom. Não precisava ficar chamando para ele vir nos visitar".

As visitas passaram a ser cada vez mais freqüentes. "Minha filha até reclamava que não tinha mais liberdade". O pastor passou a pagar academia para o garoto e ir com ele. O suspeito levava o garoto para malhar e quando chegava na casa dele, o esperava tomar banho, almoçar e o transportava até a escola.

E foi em uma dessas vezes à espera do garoto, que, segundo a mãe, o pastor fez os comentários sobre as nádegas do adolescente.

O pastor passou a presentear o adolescente com celular, boné, roupas e calçados caros. O levava também para a aula de bateria na igreja e o chamava de filho, assim como outras pessoas.

A mãe, vendo toda essa situação, passou a desconfiar de que havia alguma coisa que não estava certa naquela relação. Já no início de outubro, levou o filho à escola por dois dias consecutivos. Nestes dias, ela também não deixou o menino ir para a academia.

No primeiro dia, ao deixar o filho, viu o pastor. Ao cumprimenta-lo, o homem já se justificou sobre o que fazia no local. Ele disse a ela que estava ali em apoio a uma integrante da igreja. No segundo dia, ela questionou um funcionário sobre a freqüência do filho e descobriu que o pastor se passava por pai para tira-lo da aula.

A mãe conversou com as coordenadoras pedagógicas, ficou sabendo das faltas e do baixo desempenho do filho. "Aí eu falei com essas palavras: Se chegar aqui o presidente da República não é para liberar o...[disse o nome do filho]".

Emocionada, a mulher lembra que neste mesmo dia questionou o filho, que negou qualquer situação de abuso. A partir deste dia, a família não freqüentou mais a igreja e o contato com o pastor foi feito na casa, que sempre se justificava, mesmo sem ser acusado de nada.

O pastor também fez uma "reunião de emergência" com membros da igreja, para tentar coloca-los contra a família do menino que diz ter sofrido os abusos.

O pastor foi afastado da igreja, que está dividida. Muitos apóiam a família do garoto e alguns estão a favor do pastor.

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