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Cidades

Mãe revê filho, mas conflito sobre igreja expõe feridas

Redação | 13/05/2010 17:33

Seis horas após começar um protesto, se acorrentar ao portão da sede da Igreja Universal do Reino de Deus e pedir pela volta do filho, Sueli Ferreira de Moura reencontrou o adolescente. Porém, o clima não é de harmonia. O jovem, apático, apenas pede para a mãe voltar para a casa, enquanto a mulher sustenta que ficará acorrentada por até uma semana.

Mãe e filho discutem. Ela acusa a Igreja Universal de ter feito lavagem cerebral e explorado o jovem, impedindo que ele tenha uma vida normal. Ele afirma que tinha uma vida desregrada, usava drogas e se prostituía e que a igreja foi sua tábua de salvação.

O adolescente saiu da escola Joaquim Murtinho às 17h30. Uma advogada que não quis se identificar, apontada como representante da Igreja Universal do Reino de Deus, o buscou. Antes de entrar no veículo o jovem foi recomendado a não falar nada para a imprensa. Apesar de querer se expressar, a mulher impediu qualquer manifestação do jovem.

Acompanhado da mulher, uma amiga e uma equipe de reportagem, foram levados até a sede da Igreja. O jovem só chegou a ter contato com a mãe depois de se reunir com uma advogada durante alguns minutos. Ao ver a mãe, o filho pediu para que ela voltasse para casa. Sueli, ao encontrar o filho, foi dura.

"Você está destruindo sua família. Sua avó está em uma cama deitada. Você tem que voltar a ser quem era, senão vou entrar nessa Igreja, arrebentar com tudo e fazer uma desgraça", exclamava a mãe. O jovem retrucou, dizendo que antes de entrar na igreja se drogava com um tio na casa da avó, que mora em Recife e se prostituía. Sueli jura a todos que o garoto nunca colocou um copo de bebida na boca, dando a entender que o filho utiliza um discurso pronto. Todo o bate boca é acompanhado pela equipe de TV que buscou o adolescente na escola e expõe feridas.

Mais calma, a mãe disse que nunca pediu para o jovem sair da igreja, mas que não vivesse sendo explorado, dando tudo o que era dele e da família para pastores. "O evangelho não diz que você tem que se submeter desta forma", diz a mãe sensibilizada. O jovem não responde. E as mágoas permanecem.

Enquanto conversa com a mãe, o jovem recebeu em todos os instantes orientações da advogada. Em uma das vezes em que ela falou, ameaçou a mãe. Disse que o Conselho Tutelar foi chamado e que levará o filho para um abrigo. Em seguida disse para o garoto ficar ao lado da mãe assim que os conselheiros chegarem, para caracterizar humilhação.

Decidida, Sueli afirma que prefere o filho em um abrigo a vê-lo na Igreja Universal e que só sairá dali assim que a avó do garoto, que mora em Recife, chegar a Campo Grande.

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