ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 27º

Cidades

MEC vai exigir estágio de estudantes de Direito; medida tem apoio em MS

Luciana Brazil | 14/03/2013 10:56
Yves avalia que mudança será boa para os estudantes
Yves avalia que mudança será boa para os estudantes

A partir deste ano, acadêmicos do curso de direito podem ser obrigados a fazer estágio em órgãos públicos, de acordo com estudo realizado pelo MEC (Ministério da Educação). A medida terá a finalidade de reduzir o índice de reprovação no exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), obrigatório para o exercício da profissão.

A nova política regulatória do ensino jurídico no país estava em discussão entre o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e a Ordem dos Advogados, e passa a valer após assinatura do acordo, prevista ainda para este mês. Faz parte da medida a avaliação da abertura de faculdades de direito e a formação dos profissionais.

"Vamos exigir estágio em campo de prática do direito nas instituições públicas: tribunais, Ministério Público, defensorias e órgãos afins", disse, ontem, Mercadante.

A prática e a experiência na profissão podem reduzir o número de reprovações no exame da Ordem, segundo o ministro. Segundo ele, os índices atingem níveis “inaceitáveis”. “Vamos mudar a política de expansão e o processo de formação dos novos advogados”.

Para o presidente da Associação dos Novos Advogados de Campo Grande, Yves Drosghic, 29 anos, a proposta do Ministério é positiva. “O contato direto com a realidade jurídica é de extrema importância. É a experiência. Muitos deixam de passar no exame por falta de prática”.

Em Mato Grosso do Sul o índice de aprovação no exame em 2012 foi de apenas 13,2%. A média no Estado foi inferior ao índice brasileiro, que ficou em 14,97%. No Estado, dos 2.413 inscritos no exame, apensa 319 estudantes foram parovados na prova.

Yves explica que depois que o exame se tornou obrigatório, em 94, os acadêmicos “deixaram de lado o estágio”. “Antes, ou o aluno fazia o exame, ou fazia dois anos de estágio. E quando o exame se tornou obrigatório, o estágio foi esquecido”, explica.

Nos Núcleos de Práticas Jurídicas (Nuprajur), segundo Yves, os alunos se envolvem com processos, mas por falta de estrutura, são processos “básicos”. “Nos órgãos públicos o acadêmico estará mais próximo da realidade”.

Para a acadêmica do 7° semestre da Uniderp (Universidade para Desenvolvimento de Região do Pantanal) Fabiana Domingos, 21 anos, a medida pode melhorar, e muito, a aprovação dos alunos na Ordem. “É muito importante porque tem muita gente que se forma e não tem noção, e não passa no exame por causa da prática. O corpo a corpo é muito importante, porque só em sala de aula não dá”, afirmou.

Fazendo cursinho desde o início do ano, Fabiana se prepara para fazer o exame em dezembro e, segundo ela, depender só da faculdade “não dá”. “É muito grande o número de alunos que não passam no exame, isso deve ajudar a aprovação”.

Para o coordenador de Nuprajur, Sandro Rogério, Monteiro de Oliveira, a mudança não elimina a receita tradicional para ter êxito no exame: "nunca vai acabar a receita de sentar e estudar". Sobre o estágio, ele alerta que não terá valor se o estudante se transformar em "batedor de carimbo".

Nos siga no Google Notícias