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Cidades

Médicos denunciam caos na saúde e cobram providências dos "eleitos"

Marta Ferreira | 11/03/2011 17:49

Três entidades que representam os médicos em Mato Grosso do Sul divulgaram hoje uma carta à população na qual alertam para o caos na saúde pública em Campo Grande e dizem que parte da categoria está trabalhando "deprimida". O documento, assinado pela Associação Médica, Conselho Regional de Medicina e Sindicato dos Médicos, afirma que, nos últimos meses, as entidades foram “diversas vezes” procuradas pelos profissionais que atuam nos serviços de urgência e emergência e que eles apresentaram denúncias de faltas de “condições mínimas” de trabalho.

Na carta, as entidades direcionam uma espécie de puxão de orelhas aos “eleitos” pela população, cobrando medidas para melhorar o atendimento de saúde no País.

Falta de materiais e medicamentos, dificuldade em obter vagas para realização de cirurgias de urgência, salas cirúrgicas ocupadas por pacientes que deveriam estar em unidades intensivas, superlotação dos setores de urgência (Pronto Socorro) são relatados pelas entidades ao comentar a situação das unidades de pronto atendimento. O texto cita, em especial a Santa Casa, o maior hospital do Estado, para onde converge a maioria dos casos de média e alta complexidade no Estado.

O texto reclama do tratamento que vem sendo dado ao setor para resolver os problemas. “Infelizmente o que constatamos é que fora as medidas pontuais e fugazes parece que nada está se fazendo para combater esta situação gravíssima”.

O resultado para quem vive o dia-a-dia dos hospitais, conforme a carta à população, é de desânimo. “A classe médica e os outros profissionais de saúde que participam desta rede de atendimento estão angustiados, deprimidos e em certos casos desesperançados, observando pacientes evoluírem de modo insatisfatório, não importando o quanto de dedicação e conhecimentos lhes ofereçam, mas, pelo completo descaso em relação às condições mínimas de um atendimento digno que a população merece”.

O texto se encerra pedindo empenho aos gestores de saúde, citando especificamente os eleitos pela população, para “promoverem juntamente com todas as partes interessadas, um movimento de resgate da saúde em nosso estado, de realmente oferecer a toda a população um atendimento digno, propiciando aqueles que estão diuturnamente doando parte de suas vidas para o bem estar dos outros, as condições mínimas de atendimento”.

Transformação- O coordenador da Junta Intervetora da Santa Casa, Jorge Martins, disse que a situação descrita pelos médicos serve de um grande alerta para um quadro antigo e conhecido de todos.

Segundo ele, a Santa Casa, único hospital citado na carta, não pode ser encarada como “problema, mas sim como a solução”.

“Mesmo sem capacidade para atender a demanda, a Santa Casa tem atendido a todos que chegam”, afirmam.

Jorge Martins diz que a saúde pública precisa ser transfromada em algo novo no País para dar certo. Ele citou entre medidas necessárias concretização da emenda 29, que aumenta os recursos para a área da saúde, a mudança na tabela de procedimentos do SUS e uma reforma no próprio Sistema Único de Saúde que hoje não dá conta das demandas da população.

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