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Cidades

Menino de 3 anos morre de desnutrição sem atendimento

Redação | 22/09/2010 10:05

Um menino de 3 anos morreu ontem à noite, em Amambai, cidade distante 360 quilômetros de Campo Grande. A suspeita do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) é de que a criança estivesse desnutrida.

Segundo o coordenador regional da entidade, Egon Dionísio Heck, o menino vivia na área de conflito Kurussu Amba, localizada em Coronel Sapucaia. O grupo indígena está na região desde novembro do ano passado.

De acordo com o coordenador, a Funasa (Fundação Nacional de Saúde) não presta atendimento no local porque se trata de área de conflito. O local é distante pelo menos 10 quilômetros do posto do órgão e, desta maneira, poucos indígenas fazem acompanhamento médico.

Apenas a Funai (Fundação Nacional do Índio) entrega cestas básicas às famílias. Entretanto, segundo o coordenador, o benefício às vezes atrasa e a cesta não tem todos os alimentos necessários a crianças.

No caso desta família, a comida já havia acabado, conforme Egon. Ele esteve na área ontem de manhã e levou a criança até Amambai, onde há a Casa do Índio, que faz o encaminhamento do menino ao hospital.

Egon conta que a criança estava magra e debilitada e, por este motivo, levou ao atendimento médico. Para o coordenador do Cimi, a alimentação inadequada foi determinante para a morte, embora a causa não tenha sido apontada até o momento.

"A vulnerabilidade da saúde deve ter relação com o problema alimentar. A fragilidade da saúde pode ser devido à dependência total desta alimentação (cesta básica", completa.

Egon ressalta ainda que os índios estão em uma área onde não podem produzir alimentos.

Conflito - Cerca de 80 indígenas da etnia Guarani Kaiowá Y'poí, isolados há mais de 30 dias na Fazenda São Luiz, em Paranhos, fronteira com o Paraguai, aguardam da Justiça autorização para acesso urgente de atendimento médico e alimentar.

Uma ação civil pública, ajuizada no dia 31 de agosto pelo Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul, obriga os proprietários da fazenda a aceitarem o ingresso de órgãos estatais de assistência aos indígenas, que estão acampados em uma pequena área desde 19 de agosto. Desde então, o MPF aguarda decisão da 1.ª Vara Federal de Ponta Porã.

Em conflito com os proprietários da São Luiz, os indígenas lutam pelo reconhecimento de área de ocupação tradicional. Em outubro de 2009, os professores indígenas Genivaldo Vera e Rolindo Vera desapareceram após se envolverem em um conflito com homens armados na fazenda. O corpo de Genivaldo foi localizado em um córrego. A cabeça estava raspada e ele estava coberto de ferimentos. Rolindo até hoje não foi localizado.

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