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Cidades

Mesmo com proibição, adolescentes exibem opção sexual

Redação | 20/11/2009 22:59

A despeito da determinação judicial para que adolescentes sequer assistissem à Parada da Diversidade, realizada hoje (20) em Campo Grande, eles não só compareceram como exibiram sem o menor problema sua opção sexual. Durante todo o evento, inclusive no show feito à noite, o centro da Capital ficou repleto de casais de homossexuais com idade a partir dos 14 anos, que não se importaram em namorar e trocar carinhos na frente de quem passava.

Apesar da certeza aparente, basta uma conversa para perceber que os garotos e garotas que se "assumiram" ainda têm uma série de dúvidas sobre o assunto. Os que se dizem heterossexuais dizem ter curiosidade por uma relação com o mesmo sexo. Já os que defendem a escolha não sabem definir se farão isso a vida toda ou se vivem apenas uma "fase".

"Eu não sei se isso é só uma fase pela qual eu estou passando", diz Júnior, de 18 anos, que diz 'estar' homossexual. Ele conta que sempre teve atração por homens, mas ainda se interessa por algumas garotas.

"Eu gosto 50% de homem e 50% de mulher", diz André, de 14 anos. Ele conta que aos 13 anos beijou um amigo, e desde então se relaciona com garotos e garotas.

De acordo com o adolescente, "é difícil escolher um dos dois sexos". Ele gostaria, mesmo, é de ter um relacionamento a três, e escolher apenas um parceiro somente se encontrar alguém de quem goste muito.

Lúcia, de 14 anos, costuma ficar com meninos, mas já beijou uma mulher por curiosidade. A experiência mexeu com ela, e agora a menina não descarta a possibilidade de se relacionar com uma garota no futuro.

Já Paula, de 16 anos, disse não ter gostado da experiência com garotos, por isso decidiu ser lésbica. "Menina sabe conversar. Os meninos são mais brutos", justifica.

Rosa, de 17 anos, possui opinião semelhante. Para ela, muitas garotas escolhem ser lésbicas por não encontrar carinho suficiente em uma relação com o sexo oposto. "Mulher tem um jeito diferente até na hora de chegar", diz.

Ela conta que na primeira vez em que beijou uma menina foi por curiosidade, e com o tempo passou a sentir atração pelo mesmo sexo. "Todo o mundo falava que era estranho, mas muitas vezes mulher beija melhor do que alguns homens", conta.

Aos 18 anos, José confessa que ainda não teve coragem de contar ao pai que é homossexual porque este é muito conservador. Apesar de não assumir publicamente, ele diz que não pretende mais se relacionar com garotas. "Desde os 13 anos eu sabia disso, a pessoa sabe se gosta ou não do sexo oposto", afirma.

Influência - Para Joana, de 14 anos, a amizade e convivência com pessoas homossexuais não influencia na escolha pessoal. "Eu adoro ter amigos gays e lésbicas. Não tenho preconceito, mas também não tenho vontade de ser lésbica", pontua.

Visão semelhante tem Vitor, de 12 anos, que se relaciona apenas com meninas. "As amizades não influenciam na vida pessoal", defende ele, ao dizer que tem amigos gays e mesmo assim é hetero.

Para a esteticista Solange Frias, de 34 anos, "quando é para ser gay já nasce, eu vejo gays ainda crianças". Contudo, ela ressalta que em muitos casos o que é anunciado como opção do adolescente pode ser na verdade falta de limites. "Tem gente para quem isso é falta de limite e de educação, alguns adolescentes querem provar de tudo", aponta.

Estável - Para contrariar a "previsão" de quem acredita que, na adolescência, as pessoas não escolhem sua sexualidade, vários casais que se conheceram nessa época permanecem juntos anos depois.

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