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Cidades

Ministro anuncia proteção da Federal para juízes alvo de plano de morte

Marta Ferreira | 08/02/2011 08:00

A PF (Polícia Federal) vai fazer a proteção dos juízes de Mato Grosso do Sul ameaçados de morte por um militar preso por tráfico internacional de drogas e armas, segundo plano relevado na semana passada pelo MPF (Ministério Público Federal), atribuindo o plano ao bombeiro preso Ales Marques, preso por tráfico e também acusado de envolvimento em homicídio. O anúncio foi feito ontem à noite pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

O ministro informou que vai visitar o estado assim que a PF “tomar as providências necessárias” para garantir a segurança dos magistrados.

“Determinamos a Polícia Federal que dê segurança aos magistrados que estão sendo ameaçados. Isso é fundamental, pois os magistrados têm de ter a segurança necessária para exercer as suas funções. Iremos a Mato Grosso do Sul conversar com o corpo de magistrados para dar, dentro das condições que temos, a maior segurança possível”, disse o ministro.

A informação foi dada após Cardozo se reunir com o diretor da Polícia Federal, Leandro Daiello, e o presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), Gabriel Wedy, na tarde de hoje.

Wedy também solicitou a transferência do bombeiro Ales Marques, que está detido no Presídio Militar de Campo Grande, para uma penitenciária federal de segurança máxima. O pedido foi feito na semana passada pelo MPF à Justiça.

Segundo o ministro da Justiça, o pedido de transferência será avaliado com rapidez. “Vamos providenciar a solicitação, isso deve ser apreciado pela própria magistratura. Mas o que depender do Ministério da Justiça, nós vamos tomar as medidas necessárias para a transferência [do acusado] e proteção dos magistrados”, afirmou.

As investigações feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) revelaram que o bombeiro Ales Marques, mesmo preso, arquitetava a morte de juízes federais que atuam nos processos nos quais é acusado de liderar uma quadrilha de tráfico internacional de drogas. Mesmo sob custódia, ele usa celulares livremente. Os processos correm em Ponta Porã.

Saída suspeita-O MPF também aponta a existência de um esquema de corrupção envolvendo a chefia da escolta de detentos do Presídio Militar de Campo Grande, já que Ales Marques teria sido flagrado saindo do presídio de irregular. Ele alega que saiu para ir ao médico.

O presidente da Ajufe afirmou que vai acionar o governo do estado juntamente com o Ministério da Justiça. “Estamos preocupados, mas por outro lado confortados pela garantia que nos foi dada pelo ministro da Justiça.”

Segundo Wedy, a descoberta de ameaças aos magistrados do estado decorreu de investigações da PGR e que é importante garantir a segurança deles. “Vamos fazer uma visita junto com o ministro da Justiça e com o diretor-geral da Polícia Federal para Ponta Porã para prestarmos toda atenção e apoio a esses colegas que foram ameaçados.”

Ales Marques foi preso em flagrante em julho de 2010 e teve a prisão preventiva decretada em outubro. O Ministério Público Federal denunciou 18 pessoas da quadrilha, inclusive a ex-mulher e os filhos do militar, que também estão presos. Foram apreendidos cerca de 80 quilos de cocaína com a organização criminosa.

A quadrilha atuava para abastecer o mercado de drogas de São Paulo, do Paraná e Rio Grande do Sul. A droga vinha do Paraguai e ingressava no Brasil pela fronteira seca entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã. Ele também é acusado de envolvimento em assassinato.

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