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Cidades

Moradores do Tarumã reclamam de "depósito" de pneus

Redação | 19/09/2009 13:36

Moradores do Jardim Tarumã, localizado na região Sul de Campo Grande, reclamam de um "depósito" de pneus instalado no bairro desde 2004. De acordo com eles, os pneus são criadouros do Aedes Aegypit, apesar da empresa garantir que toma todos os cuidados necessários contra a doença.

Todos os pneus de veículos que não são mais utilizados são levados para a empresa, que recicla esse tipo de material. No local, a borracha é separada do aço, que é vendido para fábricas de São Paulo.

Os moradores afirmam que há queima de pneus durante à noite e que a fumaça causa problemas respiratórios. Eles também dizem que o local serve de criadouro para o mosquito transmissor da dengue. Segundo eles, só neste ano já foram registrados seis casos da doença.

O fato é que a borrifacação do veneno que mata o Ades Aegypit foi intensificada no bairro na última semana, por conta de oito novos casos de dengue na região. Agentes de saúde devem trabalhar na região até segunda-feira (21).

Deise Aparecida Leite Marques mora a 50 metros da Eco Pneus Reciclagem de Pneus Ltda e relata que a queima acontece à noite. "Eu quero saber quem foi o louco que permitiu o funcionamento dessa empresa em uma área residencial", questiona a dona de casa.

O filho de Deise, de cinco anos, nasceu com problemas respiratórios, que são agravados por causa da fumaça, segundo ela, que conta também que há duas semanas havia pneus a céu aberto, do lado de fora da empresa e que foram tirados há oito dias.

Rosana Aparecida Flores, que mora atrás da Eco Pneus, disse que depois que a empresa se instalou no local, muitos mosquitos apareceram nas casas. "Não dá para dormir sem ventilador". Deise também reclama dos mosquitos.

A presidente da Associação de Moradores do Jardim Tarumã, Rosa Alves dos Santos, explica que a empresa é importante para o bairro porque gera empregos e desenvolvimento.

Ela fala que reivindica mais detetizações e cuidados por conta dos mosquitos, pois há muitas crianças com marcas no corpo de "picadas" do inseto.

O gerente da Eco Pneus, Maurício Virgili Mendes, explica que a empresa conta atualmente com 12 funcionários. "Eram 10, nos últimos dias foram chamados mais quatro, mas, dois não agüentaram e pediram para sair".

Ele conta que a empresa recebe diariamente de oito a 10 toneladas de pneus de motocicletas, carros e caminhões. De todos é retirado o aço que é vendido para São Paulo.

Depois, os pneus de moto e carro são triturados. Alguns ficam em tamanhos de pedra brita e podem ser utilizados como complemento em concretos e os maiores servem para combustível de alto forno.

Parte do material também é utilizada em um projeto desenvolvido em parceria com a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). O projeto fabrica pisos. Algumas cidades já utilizam os pisos em calçadas.

Os pneus de caminhão ainda não são triturados porque, conforme Maurício, a empresa ainda não comprou a máquina adequada para triturar pneus maiores. Enquanto isso, eles são empilhados em uma área coberta.

De acordo com Maurício, como o processo de retirada do aço é rápido, não há tempo hábil para que os pneus se transformem em criadouros, apesar de muitos ficarem em área descoberta. Além disso, o veneno contra o Aedes Aegypit é borrifado no local pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) a cada dois dias.

O gerente explica que os pneus ficaram acumulados do lado externo da empresa porque houve um problema com uma das máquinas de trituração, que levou 25 dias para ser solucionado.

Maurício diz ainda que por causa desse problema, a Eco Pneus ficou sem fornecer material aos compradores por 10 dias. Ele também conta que apesar de todo o trabalho para cortar os pneus, "é impossível cortar 100%".

O gerente declara que a Eco Pneus foi instalada através de um convênio com a Prefeitura. Conforme ele, a empresa não recebe ajuda financeira do poder público, gera impostos, renda e contribuiu para a preservação do meio ambiente.

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